Forças federais de segurança
começaram a se deslocar para o Ceará e devem iniciar a atuação neste sábado.
Cerca de 70 integrantes da Força Nacional que estavam no Rio Grande do Norte e
30 em Sergipe já começaram a se dirigir para a capital cearense, conforme
informou o secretário nacional de Segurança Pública, Guilherme Teophilo. O
emprego da Força Nacional foi autorizado hoje pelo ministro da Justiça, Sergio
Moro, por um período inicial de 30 dias.
“Às 15h nós estamos deslocando mais 88 homens num Hércules 630 da Força
Aérea Brasileira e durante a madrugada um Boeing 767 vai levar o restante dos
300 homens que o nosso governador do estado do Ceará pediu. E mais 30 viaturas
estão iniciando comboio para Fortaleza. Acredito que em 48h elas estejam lá”,
afirmou.
O envio das forças foi autorizado por Sergio Moro após pedido do
governador do estado, Camilo Santana. Foram designados agentes da Polícia
Federal, Polícia Rodoviária Federal, do Departamento Penitenciário Nacional e
homens da Força Nacional e das Forças Armadas. As forças atuarão em parceria
com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social e as polícias locais.
Segundo Guilherme Teophilo, o tempo de resposta foi de 24 horas, período
necessário para o planejamento da ação e organização dos integrantes.
O secretário disse que equipes de inteligência têm acompanhado a situação
do estado desde a morte de um líder criminoso, GG do Mangue, no ano passado. O
estudo, acrescentou ele, indicou a necessidade do emprego dos 300 integrantes
das forças, inclusive de militares.
Ataques
- Desde quarta-feira (2), ataques vêm sendo registrados na
região metropolitana de Fortaleza e no interior do estado. Segundo último
balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública, foram registrados
incêndios, crimes e episódios de depredação de estruturas públicas em diversos
bairros de Fortaleza. Também foram identificados ataques com veículos em três
cidades da região metropolitana (Guaiuba, Pindoterama e Horizonte).
No interior, as forças de segurança estaduais foram informadas de crime
contra estruturas públicas em nove cidades: Pacatuba, Acaraú, Aracoiaba,
Jaguaruana, Morada Nova, Morrinhos, Massapê, Piquet Carneiro e Tianguá. Entre
as ocorrências foram registrados ataques contra agências bancárias, prédios
públicos e veículos.
De acordo com o governo do estado, até o momento, 45 pessoas foram presas
ou apreendidas por participação nos atos. Hoje, após reunião entre órgãos do
Executivo e de outros poderes, como o Ministério Público estadual, a
administração anunciou medidas de reação à ofensiva, como a nomeação de 220
agentes penitenciários e de 373 policiais do último concurso realizado.
Em entrevista à Agência Brasil, o defensor público Carlos Castelo Branco
afirmou que as causas da ofensiva precisam ser apuradas, mas lembrou que os
ataques começaram após o novo secretário estadual de administração
penitenciária, Luís Mauro de Albuquerque, ter anunciado endurecimento contra
presos e ter dito não reconhecer facções criminosas.
Na entrevista coletiva hoje, o secretário nacional de Segurança Pública
não foi assertivo sobre as causas, mas apontou relação com a disputa entre
grupos criminosos.
“Para quem trabalha com segurança pública, só tem mais violência ou
aumento da taxa de homicídio onde tem uma disputa entre as facções no
território. Como no estado do Ceará nós temos Comando Vermelho, PCC [Primeiro
Comando da Capital], GDE [Guardiões do Estado], Família do Norte e tantas
outras, há ainda uma disputa muito grande por territórios. E é isso o que eles
fazem”, disse.
Bolsonaro
- No Twitter, o presidente Bolsonaro comentou sobre a ida
das forças federais para o Ceará. "Apesar do Governo do estado do Ceará
ser do PT e realizar forte oposição a nós, jamais abandonaríamos o povo
cearense neste momento de caos", disse em post na rede social. (Via: Agência Brasil)
Blog: O Povo com a Notícia