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terça-feira, 1 de janeiro de 2019

O recomeço de Paulo Câmara


Dois meses após vencer as eleições estaduais ainda no primeiro turno, o governador Paulo Câmara (PSB) será empossado, nesta terça-feira (1º), para o segundo mandato à frente do Executivo pernambucano. Antes dele, apenas o seu antecessor, Eduardo Campos (PSB), e o senador eleito Jarbas Vasconcelos (MDB) haviam comandado o Estado duas vezes consecutivas. Na última sexta-feira (28), o socialista anunciou os nomes que irão compor o primeiro escalão do governo, vários deles oriundos da Prefeitura do Recife. A posse dos novos secretários só ocorrerá nesta quarta-feira (2).

Apesar de ter recebido a aprovação da maior parte dos eleitores no pleito deste ano, não é possível dizer que o governador tem um mandato fácil pela frente. Nos primeiros quatro anos em que governou Pernambuco, a gestão Paulo Câmara ficou marcada, por exemplo, pela dificuldade de diálogo do governo estadual com todos os presidentes que estiveram no poder durante esse período, já que Paulo foi oposição tanto à ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quanto a Michel Temer (MDB). Em 2019, o socialista já inicia o quadriênio na oposição ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). 

Outras lembranças que costumam ser mencionadas quando o assunto é o comando de Paulo são os resultados negativos apresentados pelo programa Pacto pela Vida em algumas ocasiões e as promessas de campanha que acabaram não se concretizando, como a construção de quatro hospitais e 20 unidades do Compaz, por exemplo. O governador, no entanto, diz estar disposto a potencializar as ações positivas conquistadas na sua primeira gestão e a sanar os problemas que porventura ainda existam, oriundos do mandato anterior.

“(No mandato que se inicia) Vamos focar muito na qualidade dos serviços. Sabemos que não podemos fazer grandes obras, mas que dá para continuar melhorando a vida do povo em todas as áreas. Será nisso que iremos focar, em melhorar a vida das pessoas, seja na cidade ou na vida rural, desde os serviços básicos. Seja na saúde, na educação, no abastecimento de água, conversando com todos os setores, gerando empregos”, declarou Paulo na última sexta-feira (28), após missa de Ação de Graças na Igreja de Casa Forte. 

Luciana Santos (PCdoB), que torna-se hoje a primeira vice-governadora de Pernambuco, diz que o fato de estar, junto com o governador, na oposição a Bolsonaro não deve ser um empecilho para a negociação junto ao governo federal dos temas de interesse do Estado. “Nós tivemos uma eleição, temos um presidente eleito, mas isso não quer dizer que o ambiente de radicalização política tenha chegado ao fim. Ainda há um ambiente geral muito complexo e precisaremos de muita sagacidade para lidar com isso. Temos que garantir que a institucionalidade prevaleça e colocar sempre em primeiro plano os interesses dos pernambucanos, apesar das posições políticas antagônicas. Esse que é o maior desafio do mandato”, comentou a comunista.

Segundo o deputado estadual Isaltino Nascimento (PSB), líder do governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Paulo terá algumas outras prioridades a partir de 2019, entre elas a redução no número de crimes contra o patrimônio e homicídios com foco no combate ao uso e tráfico de drogas. “Os esforços estarão todos voltados ao desenho da reestruturação administrativa, principalmente nas reformas envolvidas. Cito como exemplo as políticas sobre drogas, que dialogam bastante com o Pacto pela Vida. Essa sim será uma das pautas mais olhadas pela gestão. Outro tema que estará sob os holofotes será o gerenciamento dos recursos hídricos, que é uma demanda muito forte no Agreste e Sertão pernambucano”, pontuou Isaltino.

A solenidade de posse de Paulo e Luciana começa às 15h, no edifício Miguel Arraes de Alencar, sede da Alepe, situado no bairro da Boa Vista, área central do Recife.

Blog: O Povo com a Notícia