Dois meses após vencer as eleições
estaduais ainda no primeiro turno, o governador Paulo Câmara (PSB) será
empossado, nesta terça-feira (1º), para o segundo mandato à frente do Executivo
pernambucano. Antes dele, apenas o seu antecessor, Eduardo Campos (PSB), e o
senador eleito Jarbas Vasconcelos (MDB) haviam comandado o Estado duas vezes
consecutivas. Na última sexta-feira (28), o socialista anunciou os nomes que
irão compor o primeiro escalão do governo, vários deles oriundos da Prefeitura
do Recife. A posse dos novos secretários só ocorrerá nesta quarta-feira (2).
Apesar
de ter recebido a aprovação da maior parte dos eleitores no pleito deste ano,
não é possível dizer que o governador tem um mandato fácil pela frente. Nos
primeiros quatro anos em que governou Pernambuco, a gestão Paulo Câmara ficou
marcada, por exemplo, pela dificuldade de diálogo do governo estadual com todos
os presidentes que estiveram no poder durante esse período, já que Paulo foi
oposição tanto à ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quanto a Michel Temer
(MDB). Em 2019, o socialista já inicia o quadriênio na oposição ao presidente
Jair Bolsonaro (PSL).
Outras
lembranças que costumam ser mencionadas quando o assunto é o comando de Paulo
são os resultados negativos apresentados pelo programa Pacto pela Vida em
algumas ocasiões e as promessas de campanha que acabaram não se concretizando,
como a construção de quatro hospitais e 20 unidades do Compaz, por exemplo. O
governador, no entanto, diz estar disposto a potencializar as ações positivas
conquistadas na sua primeira gestão e a sanar os problemas que porventura ainda
existam, oriundos do mandato anterior.
“(No
mandato que se inicia) Vamos focar muito na qualidade dos serviços. Sabemos que
não podemos fazer grandes obras, mas que dá para continuar melhorando a vida do
povo em todas as áreas. Será nisso que iremos focar, em melhorar a vida das
pessoas, seja na cidade ou na vida rural, desde os serviços básicos. Seja na
saúde, na educação, no abastecimento de água, conversando com todos os setores,
gerando empregos”, declarou Paulo na última sexta-feira (28), após missa de
Ação de Graças na Igreja de Casa Forte.
Luciana
Santos (PCdoB), que torna-se hoje a primeira vice-governadora de Pernambuco,
diz que o fato de estar, junto com o governador, na oposição a Bolsonaro não
deve ser um empecilho para a negociação junto ao governo federal dos temas de
interesse do Estado. “Nós tivemos uma eleição, temos um presidente eleito, mas
isso não quer dizer que o ambiente de radicalização política tenha chegado ao
fim. Ainda há um ambiente geral muito complexo e precisaremos de muita
sagacidade para lidar com isso. Temos que garantir que a institucionalidade
prevaleça e colocar sempre em primeiro plano os interesses dos pernambucanos,
apesar das posições políticas antagônicas. Esse que é o maior desafio do
mandato”, comentou a comunista.
Segundo
o deputado estadual Isaltino Nascimento (PSB), líder do governo na Assembleia
Legislativa de Pernambuco (Alepe), Paulo terá algumas outras prioridades a
partir de 2019, entre elas a redução no número de crimes contra o patrimônio e
homicídios com foco no combate ao uso e tráfico de drogas. “Os esforços estarão
todos voltados ao desenho da reestruturação administrativa, principalmente nas
reformas envolvidas. Cito como exemplo as políticas sobre drogas, que dialogam
bastante com o Pacto pela Vida. Essa sim será uma das pautas mais olhadas pela
gestão. Outro tema que estará sob os holofotes será o gerenciamento dos
recursos hídricos, que é uma demanda muito forte no Agreste e Sertão pernambucano”,
pontuou Isaltino.
A
solenidade de posse de Paulo e Luciana começa às 15h, no edifício Miguel Arraes
de Alencar, sede da Alepe, situado no bairro da Boa Vista, área central do
Recife.
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