Na sexta-feira (25), o presidente
Jair Bolsonaro assinou um decreto que cria um conselho e um comitê para
monitorar os desdobramentos do rompimento de uma barragem em Brumadinho (MG). O
texto foi publicado em edição extra do (DOU) Diário Oficial da União.
Segundo a Folha, o conselho será composto por dez ministros e será
chefiado por Onyx Lorenzoni (Casa Civil). O órgão terá como objetivo
"acompanhar e fiscalizar as atividades a serem executadas em decorrência
da ruptura da barragem do Córrego Feijão, em Brumadinho (MG).
No mesmo decreto, foi criado ainda um comitê de gestão e avaliação de
respostas a desastre, que fará reuniões semanais e contará com representantes
dos mesmos dez ministérios. O objetivo do comitê será "acompanhar as ações
de socorro, de assistência, de reestabelecimento de serviços essenciais
afetados, de recuperação de ecossistemas e de reconstrução decorrentes do
desastre", diz o texto.
Ainda conforme a Folha, Bolsonaro viaja neste sábado (26) a Minas Gerais,
onde deve sobrevoar a região atingida, em Brumadinho, além de um encontro com
autoridades locais, como o governador Romeu Zema, em Belo Horizonte. O governo
ainda avalia a possibilidade de que seja decretado um estado de emergência no
estado, o que dependeria de pedido de Minas. Essa medida, usada em 2015 com o
desastre de Mariana, facilita ajudas financeiras ao estado.
A barragem da mineradora Vale se rompeu e outra transbordou ontem em Brumadinho,
cidade da Grande Belo Horizonte, liberando cerca de 13 milhões de m³ de
rejeitos da produção de minério de ferro no rio Paraopeba, que passa pela
região. Segundo números divulgados pelo Governo de Minas Gerais, até as 20h30
haviam sido encontrados sete corpos, ainda não identificados. No total, 427
funcionários ligados à Vale estavam na região, sendo que 279 foram resgatados
vivos e cerca de 150 continuavam desaparecidos.
Entre as pessoas resgatadas, nove foram retiradas da lama e cerca de cem
estavam ilhadas. Os rejeitos atingiram um refeitório e um prédio administrativo
da empresa, que ficaram soterrados pela lama. Eles ficam no interior do
complexo da mina Córrego do Feijão, na zona rural de Brumadinho. A barragem B1,
que se rompeu, é uma estrutura de porte médio para contenção de rejeitos e
estava há três anos em processo de desativação.
Outras 2.000 pessoas ficaram sem energia na região e a Copasa (companhia
que gere o abastecimento de água em Minas) interrompeu a captação de água no
rio Paraopeba no final da tarde, mas informou que não há risco de
desabastecimento porque a população atendida receberá água de outras
represas. Um número 0800 para envio de informações sobre pessoas
desaparecidas na região ainda será criado. Siga a cobertura em tempo real.
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