Após ter sinalizado um recuo, o
presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (21) que está mantida a
indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para o posto de
embaixador nos Estados Unidos.
Na entrada do Palácio da Alvorada, ele disse que o nome do filho será
apresentado quando o próprio parlamentar avaliar que é o momento certo e que o
papel dele será apenas de "usar a caneta Bic", ou seja, assinar a
indicação.
Para ser efetivado, o nome do parlamentar precisa ser apreciado pela
Comissão de Relações Exteriores do Senado e aprovado por mais da metade dos
votos dos presentes em votação no plenário.
"Ele vai ser apresentado ao Senado. Vai ser. Não tem recuo. É o
momento certo. E o Eduardo está estudando, está se preparando", disse.
O presidente voltou a chamar os veículos de imprensa de "urubu"
e disse que eles acompanharão a sabatina do filho, que, na avaliação dele,
precisará ter um desempenho melhor do que teria um chanceler.
"Vai ser uma sabatina em que todos vocês [jornalistas] estarão lá,
todos sem exceção, é igual urubu na carniça, né? Vai estar todo mundo lá de
olho. E ele tem de fazer uma sabatina melhor do que se fosse o [chanceler
brasileiro] Ernesto Araujo", afirmou.
Perguntado quando oficializaria Eduardo, Bolsonaro disse que pode indicar
o filho em setembro, após o Dia da Independência, mas reafirmou que a decisão é
dele.
"Talvez setembro, após a Semana da Pátria. Essa pergunta tem de fazer
ao Eduardo, ele que vai sentir o timing. Apenas vou usar a caneta Bic",
disse.
As sondagens informais realizadas pelo Palácio do Planalto apontam hoje um
placar apertado e desfavorável para a aprovação do filho do presidente.
Para tentar reverter o quadro, Eduardo pretende intensificar até a metade
de setembro encontros reservados com senadores indecisos.
Para formalizar a indicação, o Palácio do Planalto tem trabalhado por uma
margem de pelo menos cinco votos de vantagem em plenário. Ou seja, garantir um
apoio de 46 dos 81 senadores, reduzindo, assim, o risco de derrota.
Para evitar surpresas, Bolsonaro tem tentado viabilizar junto ao
presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), uma votação aberta, apesar de o
regimento prever o voto secreto.
Caso o Planalto não consiga obter uma vantagem segura até a primeira
quinzena de setembro, o presidente avalia segurar a indicação para o início de
outubro.
Ele quer evitar que uma eventual derrota crie um constrangimento
internacional às vésperas da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações
Unidas). A abertura, que terá discurso de Bolsonaro, ocorrerá no dia 24. (Via: Folhapress)
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