Presos do CMP (Complexo Médico-Penal), na região de Curitiba (PR),
tentaram fazer um agente penitenciário como refém no final da manhã desta
sexta-feira (16).
O local abriga detentos da Operação Lava Jato, como o ex-ministro José
Dirceu. Segundo o Depen (Departamento Penitenciário do Paraná), a situação já
foi controlada.
As informações iniciais do Conselho da Comunidade, órgão da sociedade
civil que atua nas penitenciárias da região da capital, havia um princípio de
rebelião na 4ª galeria do presídio, que tem, segundo a instituição, capacidade
para 76 detentos e abriga mais de 200.
O governo, no entanto, confirmou apenas que houve uma tentativa dos
presos da 3ª galeria de fazer um agente como refém durante a retirada de um
detento para atendimento médico. "No entanto, usando os protocolos de
atuação e de segurança, a situação foi controlada em minutos, e a unidade está
estabilizada", diz a nota.
Dois funcionários teriam tido escoriações leves, foram atendidos no próprio
CMP, e passam bem, segundo o Depen.
O departamento negou ainda que a galeria está superlotada, mas não informou os números. Conforme apurou a reportagem, no final de julho, o Complexo, que tem capacidade para 659 pessoas, estava com 1.054 detentos, quase o dobro do ideal.
Com a superlotação, uma ala do hospital penitenciário, que pertence ao
complexo, foi improvisada para abrigar 38 presos por crimes "de colarinho
branco", incluindo os detidos pela Lava Jato, mas também de outras
operações, como o ex-diretor da Assembleia Legislativa do Paraná, Abib Miguel,
o Bibinho, condenado por organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Assim, os detentos da operação estariam distantes das galerias onde a
situação foi registrada nessa manhã.
Blog: O Povo com a Notícia