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Num momento em que se aumenta a expectativa para a retomada das aulas presenciais na educação básica em Pernambuco, o Estado assiste a um aumento de casos de crianças com doenças respiratórias nas emergências e confirma a primeira morte de criança com síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica que teve diagnóstico positivo para o novo coronavírus.
A menina tinha 11 anos e morava na capital pernambucana. A informação foi dada ontem pelo secretário Estadual de Saúde, André Longo, durante coletiva de imprensa transmitida pela internet. Segundo a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau), a menina deu entrada num hospital público estadual em 23 de junho. Ela faleceu no dia seguinte e não chegou a ser internada em leito de unidade de terapia intensiva (UTI).
Ainda de acordo com a Sesau, a criança não tinha histórico de doença preexistente. “Apresentou febre, conjuntivite, diarreia, dores abdominais, náusea, vômito, manchas vermelhas pelo corpo e taquicardia. Ela teve histórico de contato com familiares com suspeita de covid-19 e foi testada logo no dia 23. O RT-PCR deu negativo para a doença, mas o teste rápido positivou”, diz a nota da Secretaria.
Durante a coletiva, André Longo ainda informou que Pernambuco tem nove casos notificados da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica decorrente após infecção pelo novo coronavírus. Entre eles, estão a menina que foi a óbito, sete crianças que tiveram alta hospitalar e uma que permanece internada em enfermaria. No dia 6 deste mês, o Estado divulgou os dois primeiros casos da síndrome, que tem como sintomas febre persistente acompanhada de um conjunto de manifestações, como pressão baixa, conjuntivite, manchas no corpo, diarreia, dor abdominal, náuseas, vômitos e comprometimento respiratório entre outros sinais.
“Ninguém está imune ao vírus. Todos podem se tornar vitimas da doença, até mesmo as crianças. Por isso, devemos seguir as regras de educação sanitária, como a lavagem das mãos, o distanciamento social e o uso de máscaras”, destacou André Longo. Ele acrescentou que há mais de 100 leitos, sendo 37 de UTI, voltados para crianças e bebês com quadros respiratórios em Pernambuco. “Atualmente a ocupação média dessas vagas está em 64%, e estamos avaliando a possibilidade de ampliação de novos leitos nos serviços de referência para covid-19.”
O secretário frisou que, desde o início da pandemia no Estado, foram registrados 647 casos graves da doença até os 14 anos de idade, sendo 316 no primeiro ano de vida. Outros 227 casos foram entre 2 e 9 anos, e mais 104 dos 10 aos 14 anos. Foram ainda confirmadas 48 mortes por covid-19 nessa faixa etária. “Temos visto uma maior circulação de crianças com seus pais na retomada das atividades no plano de convivência. Isso leva a uma maior exposição. Observamos, até julho, queda expressiva nos casos de doenças respiratórias nas nossas emergências, mas parece que agora temos uma maior procura dessas crianças pelas emergências. Estamos atentos”, garantiu Longo.
Blog: O Povo com a Notícia