As Forças Armadas vêm enfrentando nos últimos anos uma série de acusações de assédio e importunação sexual dentro das unidades em todo o país e conta com a participação desde praças até oficiais.
De acordo com dados do Superior Tribunal Militar (STM), obtidos pelo jornal Folha de São Paulo, as Forças Armadas são alvo de 56 ações penais abertas a partir de 2018. Desde o ano passado foram 29 denúncias, o equivalente a 3 a cada 2 meses.
Entre os relatos de assédios estão mordida no pescoço numa sala do setor financeiro de um batalhão; um militar bêbado que teria invadido o quarto de uma sargento no alojamento e a convida para se deitar com ele; toque nos seios de uma oficial; entre outros.
A maior parte das vítimas são militares mulheres, que passam por constrangimento e desrespeito em batalhões por colegas da caserna. Uma das denúncias foi feita por uma sargento temporária de um depósito do Exército. Ela conta que foi atacada, em três ocasiões, pelo tenente Fábio de Andrade Fontes, entre os anos 2016 e 2017.
Segundo a sargento, na primeira vez, ela recebeu uma mordida no pescoço quando conferia o sistema financeiro da unidade. O segundo caso ocorreu meses depois quando o mesmo tenente a teria agarrado por trás tocando em suas partes íntimas. No último, ela conta que foi beijada à força.
“Relatei esse fato informalmente para uma superior, desabafei com ela. Quando eu cheguei no dia seguinte, ela havia relatado para os comandantes. Isso daí foi o início de um verdadeiro inferno na minha vida. Passei a ser punida sistematicamente e colocada em posições vexatórias”, disse a vítima.
Apesar das denúncias, o militar foi condenado a um ano e meio de detenção por conta de mensagens que foram usadas como prova, que ele cobrava que a sargento o beijasse. O tenente ainda foi alvo de uma representação do Ministério Público Militar (MPM) para a perda da patente de oficial.
Até o momento, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica ainda não informaram se vão punir os 23 militares identificados como alvo de denúncia por assédio ou importunação sexual. Desses, 11 já foram condenados ao menos em primeira instância, entre eles, 7 com sentença definitiva. (Via: Agência Brasil)
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