Sabrina Gomes, de 24 anos, está em busca de quatro doses de um medicamento que custa, cada um, R$ 32 mil, mas que pode mudar a sua vida. Diagnosticada com Síndrome de Cushing e timoma (um tumor no tórax), ela busca acesso ao remédio por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
As doenças que Sabrina tem causam dificuldades respiratórias, insuficiência renal, pressão alta, distúrbios metabólicos e até mudam a tonalidade da pele. No caso do timoma, que foi descoberto ainda na adolescência da cearense, o tumor produz um hormônio chamado ACTH em excesso, que provoca a produção, também além do necessário, do cortisol.
Foi exatamente essa alta produção de ACTH que a fez desenvolver a Síndrome de Cushing, que causa, entre outros problemas, hipertensão arterial, acúmulo de gordura, fadiga, dificuldade de cicatrização e outros sintomas. Desde então, Sabrina vem sendo submetida a diversos tratamentos em busca de uma cura.
"Não estou conseguindo dormir. Já tem uns cinco dias que não consigo dormir. Minha pele escureceu bastante nesse tratamento todo. Não estou conseguindo falar muito bem. Andar é complicado para mim também porque fico muito cansada. Recentemente, fiz uma tomografia e descobri que estava com água no pulmão, que é um derrame pleural, e um derrame pericárdico. Tudo por conta do tumor", disse Sabrina, ao G1.
A jovem, que já passou por três quimioterapias, radioterapia e quatro cirurgias, busca pelo lutécio radiotivo, uma substância que possui uma carga radioativa que ataca as células do tumor, podendo estabilizá-lo ou mesmo eliminá-lo. Ainda segundo o site, um exame recente mostrou que o timoma está comprimindo o esôfago, a veia cava e o coração de Sabrina, além de invadir os vasos da região do tórax. Nesse caso, não há possibilidade de realizar uma nova cirurgia, pois a localização gera um alto risco de morte na paciente.
Em dezembro de 2023 Sabrine acionou à Justiça para obrigar a Secretaria Estadual de Saúde do Ceará fornecer o medicamento. Em março ela conseguiu uma determinação a seu favor, entretanto, ela não recebeu o medicamento. Em agosto, uma nova decisão judicial mandou a pasta acelerar a compra, mas remédio ainda não foi disponibilizado para a paciente.
A Secretaria alega que está seguindo a burocracia de praxe. “No primeiro processo que foi aberto, nenhuma unidade habilitada se cadastrou para a execução desse serviço. Nós fizemos nova comunicação com os serviços habilitados aqui do estado (...) Já está aberto outro processo para que nós consigamos fazer a contratualização de forma célebre para o tratamento da Sabrina. Por de uma medicação que não consta no rol do SUS, a Secretaria está seguindo todos os trâmites legais para a contratualização segura desse serviço”, explicou o coordenador de monitoramento, avaliação e controle do sistema de saúde da Sesa, Breno Novais, a TV Verdes Mares.
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