O delegado Fábio Alvarez Schor, da Polícia Federal (PF), tem recebido ameaças e teve que passar a usar um carro blindado em seus deslocamentos após relatar um "recado de intimidação" recebido após indiciar o ex-presidente e 36 membros da organização criminosa comandada por ela para tentar um golpe de Estado no país em 2022.
Shor, que virou alvo de uma série de ataques coordenados de aliados do ex-presidente, incluindo Eduardo Bolsonaro (PL-SP), relatou a suposta intimidação à própria PF, que abriu inquérito para investigar o caso.
Em depoimento, o delegado confirmou a ameaça que recebeu após indiciar Bolsonaro no caso do contrabando de joias da Presidência, que seriam vendidas nos EUA.
Em setembro, o delegado relatou que ele e a família receberam ameaças cerca de 10 dias após indiciar o ex-presidente no inquérito do furto e contrabando de joias da Presidência da República, no dia 4 de julho deste ano.
"Diante dos últimos acontecimentos envolvendo ameaças a este subscritor e seus familiares, encaminhou o presente para ciência e avaliação", informa ainda Shor na mensagem.
A base das denúncias é uma declaração do filho do ex-presidente feita em março deste ano, quando afirmou que a corporação agia como "cachorrinhos de Moraes".
"Depende de qual Polícia Federal: a normal ou a do Moraes? Porque ele está julgando o cartão de vacina do presidente se nem é mais presidente? Porque esses inquéritos todos caem na mão dele? A PF vai investigar esse e-mail ou vai continuar sendo cachorrinho do Alexandre de Moraes?”, disse Eduardo em entrevista em março deste ano, quando Bolsonaro foi indiciado no inquérito da falsificação dos cartões de vacina.