Levantamento feito pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostra que, atualmente, 70,4% dos Municípios estão impedidos de celebrar convênios com a União, o que representa 3.922 do total de 5.568 Municípios do País. A entidade informa que vem acompanhando desde janeiro a situação da comprovação da regularidade de todos os Municípios brasileiros no Cadastro Único de Convênios (Cauc). O Cadastro é um serviço auxiliar de informações para transferências voluntárias. O sistema faz a verificação da situação em quatro grandes blocos: Obrigações de Adimplência Financeira; Adimplemento na Prestação de Contas de Convênios; Obrigações de Transparência; e Adimplemento de Obrigações Constitucionais ou Legais.
Segundo a CNM, a situação é bastante crítica em dez Estados da Federação, nos quais pelo menos 80% dos Municípios possuem restrições junto ao Cauc. Os Estados do Pará e de Pernambuco são os que apresentam o pior cenário, com 92,4% e 91,8% Municípios nessa situação, respectivamente. Em seguida, os Estados mais apontados são: Amapá (87,5%), Alagoas (87,3%), Bahia (84,9%), Amazônia (83,9%), Paraíba (83,9%), Ceará (83,7%), Piauí (83,5%) e Roraima (80,0%). O problema, entretanto, é realidade em Municípios de todos os Estados brasileiros. O Estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, é o que apresenta o menor índice. Ainda assim, do total de 497 Municípios gaúchos, 227 (45,7%) estão inadimplentes junto ao Cauc.
Em janeiro, estavam com itens a comprovar 3.588 Municípios (64,4%); em fevereiro, esse número subiu para 4.458 (80,4%). No mês de março, ficou em 4.042 (72,7%). Os meses de abril e maio apresentaram os índices mais preocupantes, com 5.363 (96,4%) e 5.185 (93,2%) Municípios com restrições, respectivamente. Em junho, o número caiu para 4.041 (72,6%); em julho, ficou em 4.948 (88,6%); em agosto, 3.599 (64,6%); e agora, em outubro, são 3.922 (70,4%).
A CNM atenta para o fato de os Municípios estarem enfrentando esse problema passado menos de dez meses do começo do mandato dos atuais gestores municipais. E destaca que esse cenário, que persiste desde o mês de janeiro, aumenta as dificuldades enfrentadas pelos novos gestores municipais. Ao verificar o elevado número de Municípios com apontamentos no Cauc, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, aponta a necessidade de mudança no sistema. “Esses números comprovam que alguma coisa deve estar errada no Sistema de Transferências Voluntárias da União para com os Municípios e esse precisa ser revisto”, alerta. Ele lembra, ainda, que a CNM defende há anos mudança no sistema de transferências voluntárias. (Agência de Notícias/CNM)
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