Em texto no qual aborda a gravidade das espionagens norte-americana e a reação dos líderes mundiais espionados, o jornalista Carlos Alberto Sandemberg afirmou que agentes federais foram colocados em Pernambuco para vigiar o governo de Eduardo Campos. O jornalista não explicita,no texto, exatamente, quem plantou os agentes, mas , com certeza, o jornalista está se referindo às espionagem que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estava fazendo , em abril deste ano, no Porto de Suape.
Com a resistência de Eduardo Campos de entregar Suape à reforma dos Portos proposta pela presidente Dilma Roussef e o PT, não fica difícil ler os pressupostos desse cenário. O agravante ainda maior para os petista se deu, inclusive, com o intento que Campos já sustentava de ser candidato à presidência em 2014 – fato já concretizado. Tais fatores reuniram elementos suficientes para despertar o interesse de quem comanda os agentes federais de espionagem.
Na época, o senador do PSB Rodrigo Rollemberg (DF), destacado pelo partido como porta-voz do governador Eduardo Campos, chamou de “atentado à democracia” o monitoramento que a Abin estava fazendo dos sindicalistas no Porto de Suape. A Força Sindical também se pronunciou, dizendo se tratava de uma “nefasta tentativa de utilizar órgãos de espionagem para controlar os movimentos sociais”.
Quanto à extensão da espionagem, o jornalista afirmou que “ foram descobertos, o que sugere muita coisa sobre o grau de eficiência do sistema de espionagem no Brasil”.
Sandemberg discutia , no centro do seu texto, o porquê de essa mesma inteligência não ser usada para investigar a criminalidade – citando grupos que têm se infiltrado nos movimentos e protestos de rua em São Paulo e no Rio de Janeiro.
E termina o texto criticando o fato de as forças investigativas estarem direcionadas para o lado errado:
“A falta de segurança é uma das principais queixas dos cidadãos. Nas manifestações, as polícias militares ou não fazem nada ou baixam o cacete indiscriminadamente. As agências de informação não sabem de nada e, quando grampeiam, deve ser coisa do governo, não do estado.”
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