Fazer os gastos caberem no orçamento familiar é uma tarefa cada vez mais difícil para os consumidores. Para muitos, o dinheiro acaba antes do fim do mês e o salário não é suficiente para pagar todas as contas, principalmente quando se tem despesas fixas com alimentação, moradia, telefone entre outras. Em enquete realizada no site do Diário do Nordeste, por exemplo, 67% dos consumidores afirmaram não ganhar o suficiente para suprir todos os gastos do mês.
Para o economista Alex Araújo, quando o salário não é o bastante para pagar as contas, é necessário repensar as atitudes e tentar orientar os gastos de acordo com o que ganha para deixar o orçamento o mais equilibrado possível. "Esse controle é fundamental, principalmente levando em conta que surgiram novas despesas com celular, internet e transporte", analisa.
Conforme o economista, o grande problema está na falta da chamada educação financeira. "Cerca de 55% da receita de um família são destinados para despesas fixas mensais, restando menos da metade para outras dívidas, lazer e eventuais despesas", complementa.
O economista afirma que o que acontece agora é reflexo do fenômeno de inclusão de pessoas no mercado de consumo. "É importante para o consumidor repensar os gastos e sair detalhando tudo para criar um hábito financeiro mais rigoroso".
Corte de gastos
No entanto, fazer o controle financeiro, organizar o orçamento familiar e eliminar gastos supérfluos ainda é tarefa difícil para muitas pessoas. Em outra enquete realizada, ontem, na fan page do Diário do Nordeste no Facebook, internautas destacaram que as contas da casa com alimentação, educação e saúde são os itens mais difíceis de serem cortados dos gastos mensais. Além disso, despesas com gasolina, bebidas alcoólicas e internet foram outros itens citados pela maioria das pessoas como sendo difícil de eliminar dos gastos no mês. "Se o orçamento familiar está desequilibrado, é preciso fazer cortes. Essa é a solução imediata. A longo prazo, infelizmente, as pessoas precisam repensar todos as contas. Às vezes é preciso abrir mão de uma coisa, para ter outra", acrescenta Araújo.
Para ele, o que mais preocupa atualmente é a dificuldade dos consumidores para dar conta do pagamento de despesas essenciais para o dia a dia. "É muito preocupante, pois revela uma dificuldade de dar conta do que é básico para a sobrevivência", destaca Araújo, ressaltando que boa parte da população costuma gastar tudo o que ganha.
Ele ressalta ainda que economias nas pequenas despesas do dia a dia podem fazer a diferença no fim do mês, como contas de telefone, água e luz. "Além disso, os consumidores também podem rever gastos com o pacote de TV por assinatura e refeições fora de casa", sugere.
Mudança de atitude
Para controlar os gastos, o motorista Hezilberto Gonçalves, que possui orçamento familiar de pouco mais de mil reais, passou a racionalizar as compras de alimentos no supermercado. Além disso, ele também começou a pesquisar o preço dos produtos comprados. "Agora, tenho uma base de tudo que vou comprar por mês e, a partir disso, já sei onde encontrar os melhores preços para cada coisa", conta. Acabar com as compras por impulso foi outra medida adotada pelo consumidor. Ele conta que costumava separar uma quantia para despesas inesperadas, mas acabava gastando diante de promoções e descontos. "Deixava um dinheiro guardado para o caso do carro quebrar, por exemplo, mas antes do fim do mês gastava com coisas supérfluas. Parei com isso e acabei mantendo um dinheiro guardado".
Salário mínimo
Mesmo com a prática de controle financeiro dos consumidores, o salário mínimo ainda está longe do ideal. Pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que para suprir as despesas básicas, o salário mínimo necessário, calculado para agosto de 2014 deveria ser de R$ 3.019,07. "Infelizmente ainda será preciso muito para chegarmos a isso", diz Alex Araújo.
Mais informações
Sites e aplicativos que ajudam no controle das finanças:
www.meudinheiroweb.com.br
www.minhaseconomias.com.br
www.srdinheiro.com.br
Blog: O Povo com a Notícia
Fonte: Diário do Nordeste