A poucos dias de requerer ao STF a abertura de processos contra os agentes políticos envolvidos no petrolão, o procurador-geral da República Rodrigo Janot voou para a cidade mineira de Uberlândia. Foi soliridarizar-se com um promotor que sobreviveu a um atentado —levou três tiros pelas costas. Tomado pelo esquema de segurança que o rodeava, Janot parece recear que algo lhe aconteça.
Para evitar voos de carreira, o procurador-geral viajou em jato cedido pela FAB. Aguardava-o no desembarque um aparato envolvendo 80 PMs. Entre eles três atiradores de elite. Na véspera, em reunião com o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), Janot fora aconselhado a zelar por sua integridade, protegendo-se.
“Não sou uma pessoa assombrada, mas alguns fatos concretos têm me levado a adotar algumas regras de contenção”, disse Janot, antes de revelar que, no mês passado, teve a casa invadida. Embora tivessem vários itens de valor à disposição, os invasores levaram apenas o controle remote do portão do imóvel.
Janot faz bem em acautelar-se. O ministro Cardozo diz que serviços de inteligência do governo farejaram ameaças ao procurador-geral. Na dúvida, melhor não facilitar. Na conjuntura atual, até um surdo deve acreditar em tudo o que não ouve.
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