O governo continua buscando a retomada do campo perdido no relacionamento com os parlamentares. Na tarde desta terça-feira, o ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas, recebeu líderes de doze partidos aliados na Câmara. No início do encontro, também estavam presentes os ministros da Previdência, Carlos Gabas, e do Planejamento, Nelson Barbosa. Além de pedir o apoio na aprovação das medidas do ajuste fiscal, os representantes do Executivo se dispuseram a intensificar as idas ao Parlamento.
O recado dado – ou pelo menos a promessa feita – foi: não haverá blindagem para evitar que ministros compareçam ao Congresso. O objetivo é melhorar o diálogo com os parlamentares e reduzir as queixas sobre a falta de comunicação do Executivo com o Legislativo.
Se a nova linha for mesmo adotada, o governo também vai evitar o desgaste causado pelas convocações de ministros em comissões temáticas. Sempre que a oposição tenta aprovar um requerimento exigindo que algum ministro compareça para tratar de um tema espinhoso, a base se esforça para blindar o governo. Agora, diz o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), isso não vai mais ocorrer. "Vamos acabar com essa firula da oposição, que toda a vida mete um requerimento de convocação e o ministro não vem. O ministro vem. O governo tem todo o interesse de povoar esta casa com a presença dos ministros nas comissões e no plenário. Não tem mais crise sobre isso. Convida-se, vem e se discute tudo", disse o petista.
Ainda como parte da estratégia de reaproximação do governo com o Congresso, o ministro da Educação, Cid Gomes, vai à Câmara nesta terça-feira para despachar com deputados. Na semana que vem, Arthur Chioro, da Saúde, fará o mesmo.
Guimarães também admitiu que as medidas provisórias que endurecem as regras para a concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários devem ser alteradas no Congresso. Ele ainda rechaçou a expressão "ajuste fiscal": "A partir de agora eu vou mudar essa nomenclatura. Não são medidas de ajuste fiscal coisa nenhuma. São medidas que visam reposicionar os benefícios previdenciários dentro de uma lógica moralizadora", disse Guimarães. (Veja)
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