Após um final de semana de motins e mortes, na manhã desta segunda-feira (2), o Batalhão de Choque da Polícia Militar voltou a entrar no Complexo Prisional do Curado, localizado na Zona Oeste do Recife. Não houve novos tumultos durante a madrugada, mas os policiais estão revistando os detentos do Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (Pjallb). Foi no Pjallb que aconteceram as duas brigas deste final de semana, que deixaram dois mortos e 12 feridos, uma no sábado, outra no domingo.
Do lado de fora do presídio, o clima também é tenso. Dezenas de agentes penitenciários e policiais militares continuam de prontidão no portão da unidade. Familiares também estão à procura de informações sobre o estado de saúde dos detentos. A preocupação ficou maior depois que foi confirmada a morte de Paulo da Silva Tavares, 39 anos, no início da manhã desta segunda. Ele se feriu durante a briga do domingo (1º), ocorrida entre detentos de dois pavilhões após as visitas dos familiares, e morreu após passar por uma cirurgia no Hospital Otávio de Freitas.
Segundo a Seres, ele teve ferimentos múltiplos e foi o primeiro a ser encaminhado à unidade médica. Algum tempo depois, outros quatro presidiários foram levados ao Otávio de Freitas. Em nota divulgada na manhã desta segunda, a Seres informou que um deles já recebeu alta e voltou ao Pjallb. Os outros três permanecem na emergência, mas com quadro de saúde estável. Já os outros quatro feridos foram atendidos na enfermaria do próprio presídio, com ferimentos leves.
O estado de saúde dos detentos feridos no sábado, em motim provocado pela demora na entrada das visitas, não foi divulgado. No dia da confusão, o secretário Éden Vespasiano informou que dois presidiários foram encaminhados ao Otávio de Freitas e outros dois foram atendidos na enfermaria do complexo. David Bezerra dos Santos, 20 anos, também ficou ferido, mas morreu ao dar entrada no hospital. Na ocasião, o secretário disse que a causa da morte estava sendo apurada. Vespaziano ainda lembrou que o sistema prisional de Pernambuco vive um momento de crise.
Segundo a assessoria de comunicação da Seres, Vespaziano não vai voltar a se pronunciar sobre as confusões do final de semana e nesta segunda. O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, também não deve comentar o caso. (G1)
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