O ex-ministro do STF (Superior
Tribunal Federal) rebateu as críticas a seus comentários sobre o encontro que
advogados que defendem investigados na Operação Lava Jato tiveram com o
ministro da Justiça, Eduardo Cardozo.
“Incrível
como torcem e retorcem o que eu digo! O objetivo é claro: desviar a atenção da
essência daquilo que foi objeto do meu comentário. S [SOBRE]o q [QUE]eu falei?
S [SOBRE]matéria jornalística em que se relatava uma tentativa de interferência
da Política em assunto ‘jurisdicionalizado’. Só”, afirmou, em sua conta no
Twitter, nesta quinta-feira (19).
Na
terça-feira (17), Barbosa disse que quando um advogado recorre a políticos para
resolver problemas judiciais, seu objetivo é corromper a Justiça.
“Se
você é advogado num processo criminal e entende que a polícia cometeu
excessos/deslizes, você recorre ao juiz. Nunca a políticos!”, escreveu. “Os que
recorrem à política para resolver problemas na esfera judicial não buscam a
Justiça. Buscam corrompê-la. É tão simples assim.”
Em
artigo publicado na Folha de S.Paulo desta quinta, a advogada Dora Cavalcanti
Cordani, que defende a Odebrecht, afirmou que o comentário do ex-presidente do
STF e relator do mensalão “não chega a surpreender dado o histórico do ex-presidente
do Supremo, avesso ao direito de defesa, nele incluídos os advogados e sua
obrigação profissional de zelar pelo respeito às garantias individuais do
cidadão”.
Ela
afirmou que se encontrou com Cardozo para entregar petição contra o vazamento
de informações no âmbito da Lava Jato.
Na
quarta (18), o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Marcus
Vinícius Furtado Coêlho, defendeu os “direitos e prerrogativas” de advogados
serem recebidos pelo ministro da Justiça, mas ponderou que a audiência precisa
ser “transparente” e “pública”.
“Não
pode ser uma seleção deste ou daquele advogado. Tem que ser realmente uma
questão aberta, impessoal, independente do caso que isso envolver”, afirmou
Furtado.
No
Twitter, Barbosa disse que passou-se a falar que ele não recebia advogados
enquanto era ministro do STF. “Recebi-os às centenas! Mas informava a parte
contrária, para que ela pudesse estar presente, se quisesse”, afirmou.
O
ex-ministro afirmou que o processo judicial tem de ser transparente e dar
igualdade de chances às partes. “No processo judicial não devem existir
encontros ‘en catimini’, às escondidas, entre o juiz e uma das partes.
Igualdade de armas é o lema.”
Barbosa
citou ainda que, durante o mensalão, foi procurado por Márcio Thomaz Bastos,
que defendia um dos réus do processo do qual foi relator, e que o recebeu na
presença do procurador-geral da República. À época do mensalão, o procurador
era Roberto Gurgel. (Folha Press)
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