Todo o dinheiro roubado da
Petrobras não daria para vestir 5% das desculpas esfarrapadas que o PT utiliza
para justificar seu apreço por João Vaccari Neto. Depois de uma conversa com
Lula, Rui Falcão, suposto presidente da legenda, divulgou nota para informar que Vaccari não é mais o
tesoureiro do PT. O texto é quase um pedido de desculpas do partido ao
companheiro preso.
O
documento de Falcão tem cinco itens. No primeiro, o PT tacha de “injustificada”
a prisão de Vaccari. No segundo, diz manter a “confiança na inocência” do
preso. No terceiro, anuncia um “pedido de habeas corpus” para abrir a cela “no
prazo mais curto possível”. Só no quarto e penúltimo parágrafo o PT trata da
saída de Vaccari de sua tesouraria.
Não
foi expurgado, “solicitou seu afastamento”, o texto apressou-se em esclarecer.
Não saiu por suspeição, mas “por questões de ordem práticas e legais”. No
quinto e derradeiro item de sua nota, o PT “expressa sua solidariedade a João
Vaccari Neto e sua família.”
Até
aqui, o PT se referia aos avanços na investigação Lava Jato como um grande
mérito dos governos Lula e Dilma Rousseff. Dizia que ambos equiparam a Polícia
Federal e acomodaram procuradores independentes na chefia do Ministério Público
Federal. Dizia-se que o juiz Sérgio Moro, por criterioso, não mandara prender o
tesoureiro porque não havia provas que justificassem a providência.
Súbito,
a alegada competência da PF, a celebrada valentia da Procuradoria e o
reconhecido rigor técnico do juiz Moro, tudo isso resultou na “injustificada”
prisão de um inocente. De duas, uma: ou tudo o que está na cara não é o que
parece ou o PT cerca seu homem-bomba de mimos para evitar que ele exploda atrás
das grades. (Por Josias de Souza)
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