A presidente Dilma Rousseff (PT) desembarca em Pernambuco daqui a dois dias para a inauguração da fábrica da Jeep, em Goiana, na Mata Norte. Se por um lado, há muito que se comemorar pelo início da operação de um empreendimento que deve gerar um impacto de 47 mil empregos diretos e indiretos, e um incremento de até 6,9% no PIB do estado até 2018, a situação de obras estruturadoras que podem frear esse desenvolvimento são, por outro lado, motivo de preocupação. De acordo com o último balanço regional do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), 74% das 3.145 intervenções previstas nesta segunda etapa do programa em Pernambuco não foram concluídas.
De pequenas reformas a obras importantes, como o Arco Metropolitano, rota viária que será fundamental para o escoamento da produção da Jeep, muitas sequer saíram do papel. O problema não se resume à Mata Norte e ao Grande Recife. Projetos de grande porte, como a Transposição do São Francisco, a Transnordestina, as Adutoras do Agreste e do Pajeú, seguem travados e com previsões de conclusão cada vez mais distantes.
Fora da pompa da inauguração da Jeep, o cenário angustia. Segundo o presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger, o estágio atual das obras do PAC prejudica tanto as indústrias e empresas que já estão em funcionamento quanto aquelas que têm a intenção de se instalar no estado.
A situação das obras também gerou preocupação na Assembleia Legislativa. Uma comissão especial foi criada para acompanhar o andamento das intervenções pelo estado. “Elencamos 180 obras do PAC, mas só teremos condições de visitar entre 10% e 20%. Vamos dar ênfase às mais relevantes, como as adutoras, a Transnordestina e a Transposição. Vamos ver o que está impedindo a conclusão”, explicou o deputado Miguel Coelho (PSB), que comandará o grupo. (Do Diario de Pernambuco - Thiago Neuenschwander)
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