Após firmar acordo judicial e converter-se num delator premiado, o presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, revelou que a construtora pagou propina para obter contratos na obra da Ferrovia Norte-Sul. Contou aos investigadores da Operação Lava Jato que, também neste caso, as empresas formaram um cartel. Beneficiaram-se das propinas partidos políticos e agentes públicos.
Deve-se a divulgação do teor do depoimento de Avancini ao repórter Renato Onofre. Ele conta que, na Norte-Sul, a Camargo obteve contatos de R$ 1 bilhão. Foram assinados em 2010, sob Lula. As informações do executivo da empresa abrem uma nova frente de investigação, dessa vez no setor de transportes. Já estavam na alça de mira da força-tarefa da Lava Jato o setor elétrico e o BNDES.
Depois de tornar-se delator, Avancini deixou a cadeia, em Curitiba, e passou a usufruir de prisão domiciliar. Ele terá de prestar novos depoimentos para esmiuçar os delitos que se escondem sob os dormentes da ferrovia. Um empreendimento que começou com uma uma licitação de fancaria, denunciada em 1987 pelo repórter Janio de Freitas.
É mais uma evidência de que, em matéria de corrupção no Brasil, nada se cria, nada se transforma, tudo se corrompe.
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