Os principais partidos políticos brasileiros estão envelhecendo. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam que, nos últimos sete anos, incluindo 2015, o número de filiados entre 16 e 24 anos despencou 56% nas cinco maiores legendas: PMDB, PT, PP, PSDB e PDT. Os jovens nessa faixa etária somam hoje 132.292 filiados. Em 2009, eram pouco mais de 300 mil.
O ritmo de perda de filiações entre os mais novos é maior que o verificado na geração imediatamente seguinte, entre 25 e 34 anos. Nessa faixa etária, no mesmo período, houve queda de 9,8% (de 1 milhão para 910,2 mil). O dado comprova que as legendas deixaram de se renovar ao longo desses anos.
A queda do interesse dos jovens em se associar a partidos políticos ocorre em velocidade bem maior do que a redução desse segmento da população no país. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, em 2013, último ano com dados disponíveis, o grupo de brasileiros entre 15 e 24 anos passou a corresponder a 25,24% da população, queda de 0,99% frente a 2009.
O PT sofreu a maior variação negativa. Apesar de ainda ter, entre as cinco siglas pesquisadas, o maior número de jovens em seus quadros, o partido registrou — do fim do governo Lula ao início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff — uma perda de 60% de filiados até 24 anos: de 94.798, em 2009, para 38.002, em 2015. Na última segunda-feira, o envelhecimento do PT foi criticado por Lula, que defendeu uma “revolução interna”, durante seminário realizado em São Paulo:
Outros partidos: O PMDB teve, proporcionalmente, a segunda maior perda de filiados: 59%. O partido do vice-presidente Michel Temer e dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e do Senado, Renan Calheiros (AL), tinha 72.779 filiados até 24 anos em 2009. Hoje, são 29.680. O PDT apresentou variação negativa de 53%, enquanto o principal partido de oposição, o PSDB, nos últimos anos teve déficit de 51%. O PP, por sua vez, apresentou a menor perda, mas viu encolher pela metade a participação dos mais jovens em suas fileiras.
Em 2014, o número de adolescentes com 16 e 17 anos que optaram por votar caiu 31,4% em relação à disputa de 2010: de 2,39 milhões para 1,638 milhão. Na época, o TSE afirmou que essa diminuição é parcialmente “técnica”, porque a metodologia passou a desconsiderar quem completou 18 anos no dia da eleição e, ao mesmo tempo, a população brasileira envelheceu. Contudo, para o cientista político, a baixa adesão ao processo eleitoral reafirma a descrença na política institucional.
Blog: O Povo com a Notícia