“Eu não respeito delator, até porque estive na ditadura e sei o que é”. Assim disse a presidente Dilma Rousseff, nesta segunda-feira (29), quando se referiu ao delator na Operação Lava Jato, Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC. Em entrevista à imprensa em Nova York, onde visita desde o fim de semana, a presidente negou ter recebido dinheiro ilícito em sua campanha à reeleição.
"Eu não respeito delator, até porque estive presa na ditadura militar e sei o que é. Tentaram me transformar numa delatora. A ditadura fazia isso com as pessoas presas, e garanto para vocês que resisti bravamente. Até, em alguns momentos, fui mal interpretada quando disse que, em tortura, a gente tem que resistir, porque se não você entrega seus presos", afirmou a presidente.
"Não tenho esse tipo de prática [receber doações ilegais]. Não aceito e jamais aceitarei que insinuem sobre mim ou sobre minha campanha qualquer irregularidade. Primeiro, porque não houve. Segundo, porque, se insinuam, alguns têm interesses políticos", disse Dilma.
Em delação premiada, Pessoa disse que doou R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma por temer prejuízos em seus negócios com a Petrobras. O montante foi doado legalmente. Em seus depoimentos, ele teria mencionado ainda doações ilegais R$ 15,7 milhões a ex-tesoureiros do PT e da campanha de Dilma.
"Na mesma época em que recebi os recursos, no segundo turno, o candidato que concorreu comigo recebeu também com uma diferença muito pequena de valores, o Aécio Neves [PSDB]", afirmou a presidente em Nova York.
Dilma afirmou que não recebeu o executivo em todo o seu primeiro mandato e disse que "não respeita nenhuma fala” de Pessoa.
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