Um dia depois de admitir que o governo demorou para perceber a gravidade da crise econômica, a presidente Dilma Rousseff disse que o Brasil continuará a enfrentar dificuldades no ano que vem e que a situação econômica “muito provavelmente” não será “maravilhosa” em 2016. Segundo ela, porém, o governo federal está tomando medidas para que o país volte a crescer e a gerar oportunidades “para todos os brasileiros”.
“Não tenho como garantir que a situação em 2016 será maravilhosa. Muito provavelmente não será. Mas também não será a dificuldade extrema que muitos pintam. Vamos continuar a ter dificuldades, até porque não sabemos como mercado internacional vai se comportar”, afirmou a presidente, que lembrou que muitos países estão enfrentando problemas econômicos, citando, como exemplo, a crise das bolsas chinesas.
Dilma afirma que acha “compreensível” que as pessoas se sintam “inseguras e preocupadas com o futuro” neste momento. No entanto, na opinião da presidente, a população não deve transformar esse sentimento em pessimismo.
“Acredito que é sempre assim: as pessoas querem que as coisas sejam imediatamente resolvidas. É compreensível, mas nem sempre ocorre assim, nem na vida da gente. Você enfrenta a dificuldade e o tempo ajuda a passar. Nossa ideia é que dificuldades sejam enfrentadas o mais rápido possível. Mas quanto mais gente estiver torcendo pro ‘quanto pior melhor’, mais longa será essa travessia”, opinou.
A presidente argumentou que o governo não está “parado esse tempo” e citou medidas que tem o objetivo de provocar a melhora na economia e combater o aumento da inflação e o desemprego. Segundo ela, esse conjunto de ações deve melhorar a situação econômica brasileira: “Não tem como estarmos piores no futuro do que hoje porque tomamos um conjunto de medidas”.
Ao exemplificar as medidas, ela elencou: o programa de concessão de obras de infraestrutura, orçado em R$ 180 bilhões; o programa de incentivo a produtores agrícolas, que elevou em até 20% o crédito; o programa de investimento em energia, que privilegia a biomassa; e o incentivo a exportações, conforme informado pelo jornal O Globo.
As declarações foram dadas em entrevista concedida por telefone às rádios Morada do Sol, de Araraquara (SP), e Difusora Ondas Verdes, de Catanduva, no interior de São Paulo, na manhã desta terça-feira (25). Dilma visitará a região hoje para entregar unidades do programa Minha Casa Minha Vida.
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