O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) decidiu em reunião nesta
quinta-feira (17) que o uso do extintor de incêndio em carros será
opcional, ou seja, a falta do equipamento não mais será considerada infração
nem resultará em multa.
O fim da obrigatoriedade do extintor para carros começará a valer a
partir da publicação da resolução, o que deverá ocorrer nos próximos dias, diz
o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
Desde 1970, rodar com veículos sem o equipamento ou com ele vencido ou
inadequado é considerado infração média, com multa de R$ 127,69 e mais 5 pontos
na carteira de motorista. O Brasil é um dos poucos países que obrigava automóveis a ter o extintor.
Nos Estados Unidos e na maioria das nações europeias não existe a obrigatoriedade.
O equipamento continua sendo exigido no país apenas para caminhões,
caminhão-trator, micro-ônibus, ônibus, caminhonetes, camionetas, triciclos de
cabine fechadas, e veículos destinados ao transporte de produtos inflamáveis.
Muita gente trocou o extintor: A medida foi anunciada pouco antes de começar a valer a obrigatoriedade dos
extintores do tipo ABC, prevista para 1º de
outubro. O Contran havia decidido pelo uso desse tipo de
equipamento porque ele combate o fogo em mais tipos de materiais do que o do
tipo BC, que equipava carros até alguns anos atrás.
Exigência de troca de extintor pelo tipo ABC levou
a correria às lojas, falta do produto e denúncias de preços exorbitantes e de
fraude
A exigência da troca começaria a valer em 1º janeiro deste ano e
provocou correria às lojas no fim do ano passado, resultando em falta do produto e
denúncias de preços exorbitantes e de venda de
equipamentos vencidos “maquiados” como novos.
Houve novos adiamentos, para que as fabricantes conseguissem aumentar a
produção e atender à demanda, mas o extintor continuou em falta em diversas
cidades.
Depois da quarta e última prorrogação, o Contran realizou reuniões e
ouviu que era necessário um prazo maior, de cerca de 3 a 4 anos, para atender à
demanda. Porém, segundo o presidente do conselho, essa justificativa já estava
sendo dada pelas indústrias há 11 anos.
A decisão repercutiu nas redes sociais e é comparada à do kit de
primeiros socorros, que passou a ser obrigatórios nos carros em 1998 e, no ano
seguinte, a exigência foi derrubada.
Blog: O Povo com a Notícia