Uma pesquisa realizada pela
Secretaria de Saúde de Pernambuco revelou que a cidade de Petrolina, no Sertão do estado, foi
responsável por 60% dos transplantes de coração nos dois primeiros meses deste
ano. Ao todo, o estado conseguiu 10 corações e 6 deles partiram de Petrolina.
Para a gerente da Organização de Procura de Órgãos (OPO) do
Hospital Dom Malan (HDM), Samira Moraes, o trabalho é desenvolvido
principalmente no Hospital Universitário (HU), que recebe pacientes de 52
municípios de vários estados. "O HU é responsável pelo atendimento de
pessoas que vêm de toda a região, dos quais a maioria é de jovens e possuem
mais chances de serem doadores de órgão", destacou Samira Moraes.
De acordo com dados da OPO, a média de recusa familiar na
cidade é de 33%, enquanto em todo o estado de Pernambuco é de 47%. O município
também captou 44% dos fígados e 39% dos rins este ano.
Samira explica ainda que o número de pessoas com potencial de
doador vem crescendo a cada ano. Em 2014, a OPO contabilizou, ao todo, 18
captações de órgãos. Em 2015, a quantidade quase triplicou, chegando a 45. Já
no ano passado, o aumento foi ainda maior, de 55 possíveis transplantes. O
estado de Pernambuco já contabilizou, este ano, 246 transplantes, 1 a mais do
que o mesmo período de 2016.
Fila de espera: Atualmente, Pernambuco possui 1.215 pacientes aguardando por
um órgão ou tecido. O maior quantitativo é para um rim, com 805 pacientes,
seguido de córnea (284), fígado (84), medula óssea (26), coração (12) e
rim/pâncreas (4).
Quem pode ser doador?
Para ser um doador de orgãos, é necessário que a pessoa
declare a intenção para a família, pois é a mesma que autoriza. Qualquer pessoa
de até 75 anos pode doar, desde que tenha uma boa qualidade de vida. Para
transplante de coração, podem doar homens de até 45 anos e mulheres de até 50
anos.
Recusa de família: A falta de informação sobre o assunto ainda é responsável
pelo alto índice de rejeição da família do doador. Segundo Samira Moraes, a
OPO, junto ao Hospital Dom Malan (HDM), realiza ações voltadas à
conscientização da população. “Temos campanhas anuais nos meses de maio e
setembro, e também tentamos levar conhecimento à comunidade, através de
palestras. A gente tenta, ao máximo, levar essa discussão às pessoas”, disse.
Além disso, há uma preocupação com a família do possível
doador. “A gente explica como tudo acontece, tiras as dúvidas, explica que tudo
é feito dentro da lei. A família acompanha todo o processo”, disse.
Serviço: A sede da OPO, em Petrolina, fica no Hospital Dom Malan,
localizado na Av. Joaquim Nabuco, S/N – Centro. (Via: G1 Petrolina)
Blog: O Povo com a Notícia