A Bancada de Oposição na
Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) cumpriu, nesta quinta-feira, a
primeira agenda do Pernambuco de Verdade no Sertão do Pajeú. A programação
começou em Serra Talhada, com uma reunião com o presidente da Câmara Municipal
da cidade, Naílson Gomes (PTC) e com alguns vereadores do município.
Na sequência, os deputados Silvio Costa Filho (PRB), Álvaro Porto (PSD),
Júlio Cavalcanti (PTB), Socorro Pimentel (PSL) e Augusto César (PTB), anfitrião
da delegação na cidade visitaram algumas obras paradas e equipamentos públicos.
Entre os principais problemas identificados pelos parlamentares estão a
paralisação de obras como a sede do Corpo de Bombeiros, anunciada em 2010; as
intervenções construção de 300 unidades habitacionais, integrada ao saneamento
básico e esgotamento sanitário do bairro Mutirão, iniciada pela Cehab e
paralisada há nove anos, e a faculdade de medicina da UPE, que se arrasta desde
de 2014. Também foram identificadas promessas que sequer começaram a sair do
papel, como a duplicação da BR-232 de São Caetano até Cruzeiro do Nordeste; o
distrito industrial de Serra Talhada, a unidade do IML do município e a
Delegacia da Mulher.
“O volume de problemas que encontramos mostra o quanto o Pernambuco de
Verdade, o da vida real das pessoas, é diferente do que o Governo do Estado
mostra na sua propaganda oficial. O que se vê é um Governo que não consegue dar
continuidade aos projetos que foram iniciados, enquanto as principais
conquistas da população estão ficando para trás”, avaliou o líder da Bancada de
Oposição, Silvio Costa Filho.
Além de obras, os parlamentares também inspecionaram equipamentos
públicos, como o Hospital Regional Agamenon Magalhães, responsável pelo
atendimento da população de Serra e mais 14 municípios do Sertão do Pajeú. “A
infraestrutura do prédio é até boa, mas faltam equipamentos ar-condicionado na
recepção, ambulatório e nos leitos, além da escassez de medicamentos, insumos
básicos e profissionais para a população”, avaliou a deputada Socorro Pimentel.
Silvio destacou ainda a subutilização da UPAE do Estado na cidade, que
funciona com apenas 35% da sua capacidade. “Segundo a prefeitura, a falta de
profissionais no Hospital Agamenon Magalhães, de leitos de UTI e a
subutilização da UPAE terminam sobrecarregado a rede municipal de saúde”,
relatou.
Filho da região, o deputado Augusto César criticou a redução de programas
sociais, como o PROUPE. “O Proupe foi reduzido de R$ 270 mil para R$ 90 mil e a
tendência é acabar com o programa. Na cadeia pública, os presos que recebem o
auxílio reclusão estão com atraso de três meses. Se o Governo diz fala em
Pernambuco em Ação, as ações do Estado não estão chegando ao Sertão do Estado,
como também não chegam ao Agreste, à Região Metropolitana ou à Zona da Mata”,
criticou.
O deputado Álvaro Porto voltou a destacar as deficiências da saúde, também
verificadas em Serra Talhada e em todo Sertão do Pajeú e as distorções causadas
pelo modelo gerido por organizações sociais (OSs). “Apenas em 2015, o Governo
gastou com OSs e subvenções cerca de R$ 1 bilhão sem que esses recursos
significassem a otimização dos serviços prestados à população. Diferente do
Governo, que diz está satisfeito com o modelo, a população não está nada
satisfeita com o atendimento recebido na rede estadual de saúde”, criticou.
PLENÁRIA: No início da noite, a Bancada de Oposição realizou uma plenária com
lideranças comunitárias, políticas e sindicais de todo o Sertão do Pajeú, na
Câmara Municipal de Serra Talhada. No encontro, a delegação oposicionista
ganhou o reforço da deputada Priscila Krause (DEM) e do deputado Ossesio Silva
(PRB).
Nesta sexta-feira, a programação dos parlamentares segue na cidade de
Afogados da Ingazeira e Arcoverde, seguindo o mesmo roteiro de visitas a obras
paradas e promessas não cumpridas e encontros com lideranças locais.
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