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quinta-feira, 2 de março de 2017

Canal emergencial de irrigação do Projeto Nilo Coelho não resiste a um inverno em Petrolina e é destruído


Feito ao custo de R$ 30 milhões e entregue em dezembro de 2015, como forma de evitar o colapso de abastecimento do Projeto Senador Nilo Coelho, o Canal de Irrigação que é abastecido por um conjunto de bombas flutuantes em Petrolina já tem trechos destruídos pela ação do tempo, devido a baixíssima qualidade na construção e às chuvas que caíram na região do Sertão.

O sistema foi construído para permitir a captação da água do Rio São Francisco no próprio leito, livrando o Nilo Coelho do risco de colapso que vive desde o começo de novembro, quando a vazão da Barragem de Sobradinho chegou ao mais baixo nível, atingindo a cota 380, que, tecnicamente, seria o limite mínimo para abastecer o complexo agroindustrial.

O Projeto Nilo Coelho retira, em média, 14 m³/seg. do Rio São Francisco e o novo sistema de flutuantes poderia transportar até 6 m³/seg. A obra foi realizada pela Sanit, mesma empresa que fez o sistema flutuante do sistema Cantareira de São Paulo, num prazo de 90 dias de trabalho, devido à perspectiva de colapso de abastecimento do maior projeto de agricultura irrigada do Nordeste.

As outras bombas do Sistema Cantareira aliás, forma trazidas para Pernambuco para antecipar a irrigação do projeto da Transposição. A empresa foi contratada exatamente pela capacidade de fazer obras em tempo recorde. Mas o sistema de Petrolina já está quase todo destruído. O que surpreende é que o canal construído a “toque de caixa” pela construtora de forma a que em 2016 o Nilo Coelho não entrasse em colapso não aguentou um inverno. Já existe trecho onde a concretagem simplesmente foi embora pela má compactação do solo.

O Distrito de Irrigação do Projeto Nilo Coelho em Petrolina é quem está encarregado de cuidar das bombas e dos canal que alimenta o sistema alternativo de irrigação. Essa obra foi inaugurada em 15 de dezembro de 2015 com a presença do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi e o presidente da Codevasf, Felipe Mendes de Oliveira. Occhi hoje é quem preside a Caixa Economia Federal. Foi à primeira vez no governo Dilma Rousseff que uma obra do setor público será entregue no prazo e com os preços sem alterações. Mas parece que a pressa e má qualidade da construção mantiveram as regras de irresponsabilidade na construção de obra público.

O sistema de captação de flutuantes atenderia a 18 mil hectares irrigados no projeto secou. Mas a perspectiva de que, a partir de agora, as vazões no Nordeste estarão noutros patamares tomou necessário o sistema de flutuantes, que funcionará como um seguro. O novo sistema de captação no leito do rio tem mais de um quilômetro de tomada d’água e transfere para um novo canal, que, por sua vez, abasteceria o sistema definitivo do projeto. (Via: Blog JC Negócios - Fernando Castilho)

Blog: O Povo com a Notícia