O presidente Michel Temer recebeu
um passe de um homem que se identificou como pai de santo no palco da convenção
nacional do PMDB. O babalorixá Pai Uzêda disse que fez um trabalho para
eliminar uma "macumba" que tinha o objetivo de provocar a morte de
Temer.
Temer foi recebido pelo pai de santo quando subiu ao palco do evento, em
Brasília, nesta terça-feira (19). Ele abriu os braços enquanto o babalorixá
passava folhas de guiné em seu corpo. "Fizeram um trabalho de vodu contra o presidente Temer. Por isso que
ele teve a doença", afirmou o pai de santo após o evento. "Jogaram
pesado contra o presidente. O trabalho que foi feito contra o doutor Michel foi
para ele morrer."
Pai Uzêda disse ter sido contratado pelo presidente e pela primeira-dama
Marcela Temer para o serviço. Consultado, o Palácio do Planalto não comentou. A
direção do PMDB afirmou não ter contratado o pai de santo.
O babalorixá afirmou que esteve no gabinete presidencial e na residência
de Temer, no Palácio do Jaburu, para "defumar" o ambiente -quando
ervas são queimadas para modificar a energia de um local.
"Foram encontrados quatro bonecos de macumba com o retrato do Temer e
da cúpula do PMDB. Muita macumba contra ele, contra Rodrigo Maia [presidente da
Câmara] e contra toda a cúpula do PMDB, o assunto é sério", declarou.
Temer passou por três cirurgias nos últimos meses: uma para reduzir o
tamanho da próstata, uma desobstrução da uretra e uma angioplastia em três
artérias coronárias. Ele já precisou cancelar compromissos e viagens oficiais
por recomendação médica.
EX-PRESIDENTES: Os ex-presidentes José Sarney (1985-1990) e Fernando Collor (1990-1992) eram
adeptos de trabalhos da umbanda. Collor, segundo a ex-primeira-dama Rosane Collor,
fazia rituais na Casa da Dinda. Sarney visitava e condecorou Mestre Bita do
Barão de Guaré, no Maranhão.
Em março de 2015, Pai Uzêda procurou a então presidente Dilma Rousseff no
Planalto para entregar uma carta em que recomendava que a petista se defendesse
de políticos como Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O babalorixá não foi recebido pela
presidente.
Na ocasião, ele conseguiu entrar na sede do governo com autorização de uma
funcionária da Secretaria de Relações Institucionais. Ele permaneceu no quarto
andar do Palácio por cerca de meia hora, até que seguranças pediram que ele
deixasse o local.
Pai Uzêda já se candidatou a deputado estadual em 2014 e a vereador em
2016, no Rio, pelo PP. Perdeu as duas eleições. (Via: Folhapress)
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