Cenas
de machismo e misoginia causaram indignação nainternet neste fim de
semana. Um grupo de homens brasileiros que estão na Rússia, para acompanhar a Copa do Mundo, aparece em um vídeo junto a uma
estrangeira fazendo referência à genitália dela. Pelas imagens é possível
perceber que a mulher não entende a língua portuguesa e tenta repetir a frase,
dita pelo grupo em linguagem chula, sem ter conhecimento do teor da
“brincadeira”. Vestidos com camisa da Seleção Brasileira, eles repetiam a frase
"Boceta rosa" várias vezes.
Co-fundadora do aplicativo Mete a
Colher - rede de apoio e enfrentamento da violência contra a mulher -, Renata
Albertim divulgou o vídeo em suas redes sociais para chamar atenção sobre a banalização
de conteúdos abusivos que, muitas vezes, são justificados como uma brincadeira. “Alguns homens acreditam que têm o direito de usar o corpo da mulher para tirar
onda. Isso está longe de ser considerada uma brincadeira, ela foi assediada.
Todos os comentários que recebemos foram de repúdio ao que aconteceu”, afirmou.
Um dos envolvidos no ato de machismo já foi identificado: o advogado pernambucano Diego Jatobá. Ele foi secretário de Turismo do município de Ipojuca, Litoral Sul do Estado, até 2013, pelo PSB - o partido afirmou que sua filiação se encontra suspensa desde 2016 por falta de atualização no cadastro. Inclusive, Jatobá estaria com pretensões de se lançar candidato a deputado estadual nestas eleições. A reportagem tentou contato com o ex-secretário municipal, mas não obteve retorno.
“Preocupa-nos muito ter uma pessoa que já foi porta-voz do turismo em nosso Estado e que pretende participar do pleito, constrangendo e reduzindo uma mulher a sua genitália. O que ocorreu foi uma violência de gênero, eles humilharam e ridicularizaram essa mulher”, criticou a professora da Faculdade de Direito do Recife, Liana Cirne.
Dados do 11º Forúm Brasileiro de Segurança Pública, divulgados no ano passado, mostram que uma mulher é vítima de feminicídio no Brasil a cada duas horas. Outra informação alarmante é em relação ao estupro: a cada 11 minutos, uma mulher é vítima de violência sexual.
"É muito triste e perverso você tratar o assédio nesse vídeo associado à diversão. Essa atitude banaliza a violência contra a mulher", enfatizou a doutora em Comunicação Nataly Queiroz. "Essas atitudes demonstram a necessidade de criar políticas públicas efetivas de enfrentamento às diversas violências sofridas pela mulher. O que esses brasileiros falaram não é piada, ele tem um fundo perverso e que alimenta a culpabilização da mulher", criticou.
No twitter: A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) também se posicionou sobre o vídeo em sua conta no Twitter. De acordo com ela, que é ex-ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, foi vergonhosa a atitude dos brasileiros. "Risadas idiotas. Vergonha desses caras em grupo, se achando engraçados dizendo idiotices ao redor de uma garota. Façam isso com um russo bem grandão! Retuitei só pra dizer que esses babacas podem ter grana pra chegar lá, mas não representam o Brasil", publicou. Em 2014, a parlamentar foi alvo de comentários ofensivos por parte do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ). Ele afirmou que "não a estupraria" porque "ela não merece". Ele foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a pagar uma indenização de R$ 10 mil e se retratar publicamente. Bolsonaro recorreu da decisão. (Via: Folha PE)
Um dos envolvidos no ato de machismo já foi identificado: o advogado pernambucano Diego Jatobá. Ele foi secretário de Turismo do município de Ipojuca, Litoral Sul do Estado, até 2013, pelo PSB - o partido afirmou que sua filiação se encontra suspensa desde 2016 por falta de atualização no cadastro. Inclusive, Jatobá estaria com pretensões de se lançar candidato a deputado estadual nestas eleições. A reportagem tentou contato com o ex-secretário municipal, mas não obteve retorno.
“Preocupa-nos muito ter uma pessoa que já foi porta-voz do turismo em nosso Estado e que pretende participar do pleito, constrangendo e reduzindo uma mulher a sua genitália. O que ocorreu foi uma violência de gênero, eles humilharam e ridicularizaram essa mulher”, criticou a professora da Faculdade de Direito do Recife, Liana Cirne.
Dados do 11º Forúm Brasileiro de Segurança Pública, divulgados no ano passado, mostram que uma mulher é vítima de feminicídio no Brasil a cada duas horas. Outra informação alarmante é em relação ao estupro: a cada 11 minutos, uma mulher é vítima de violência sexual.
"É muito triste e perverso você tratar o assédio nesse vídeo associado à diversão. Essa atitude banaliza a violência contra a mulher", enfatizou a doutora em Comunicação Nataly Queiroz. "Essas atitudes demonstram a necessidade de criar políticas públicas efetivas de enfrentamento às diversas violências sofridas pela mulher. O que esses brasileiros falaram não é piada, ele tem um fundo perverso e que alimenta a culpabilização da mulher", criticou.
No twitter: A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) também se posicionou sobre o vídeo em sua conta no Twitter. De acordo com ela, que é ex-ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, foi vergonhosa a atitude dos brasileiros. "Risadas idiotas. Vergonha desses caras em grupo, se achando engraçados dizendo idiotices ao redor de uma garota. Façam isso com um russo bem grandão! Retuitei só pra dizer que esses babacas podem ter grana pra chegar lá, mas não representam o Brasil", publicou. Em 2014, a parlamentar foi alvo de comentários ofensivos por parte do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ). Ele afirmou que "não a estupraria" porque "ela não merece". Ele foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a pagar uma indenização de R$ 10 mil e se retratar publicamente. Bolsonaro recorreu da decisão. (Via: Folha PE)
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