Presidenciáveis reagiram neste
domingo (8) à decisão pela soltura de Lula (PT). Mesmo preso, o ex-presidente
lidera as pesquisas de intenção de voto para outubro, mas é considerado
inelegível pela Lei da Ficha Limpa.
Principal oponente, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) disse à Folha
que a situação do país é "pior do que o período pré-1964" e que a
determinação de soltura ajuda a criar clima de instabilidade que pode levar a
uma ruptura.
Ele criticou o aparelhamento de instituições e comparou a situação ao
contexto do golpe militar. "Estamos, eu entendo, num período pior que o
pré-1964. Porque a esquerda naquela época não estava tão aparelhada como está
hoje."
O juiz que deu a decisão favorável a Lula, Rogério Favreto, foi filiado ao
PT por quase 20 anos, mas rechaçou insinuações de que o vínculo com o partido
tenha o influenciado.
Marina Silva (Rede) se manifestou em nota, defendendo observância às
normas e regras processuais e dizendo que a atuação de um magistrado durante
plantão judicial "não deveria provocar turbulências políticas" que
ponham em xeque decisões colegiadas.
Na mesma linha, Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que a Justiça deve ser
fonte de equilíbrio, não de instabilidade.
Para o tucano, se cumprida, a decisão "tumultuaria o processo político-eleitoral
e aprofundaria o descrédito das instituições, fazendo o jogo dos inimigos da
democracia".
Pré-candidato do MDB ao Planalto, Henrique Meirelles, que foi ministro da
Fazenda de Lula e de Michel Temer (MDB), também se disse "contra a
politização da Justiça".
Já presidenciáveis alinhados ao petista, como Guilherme Boulos (PSOL) e
Manuela D'Ávila (PC do B), atacaram decisões judiciais que impediram o
cumprimento da soltura e criticaram o juiz Sergio Moro.
"Domingo da vergonha para as instituições brasileiras", afirmou
Boulos. "Juiz de férias desrespeitando instância superior e polícia
descumprindo ordem judicial para esperar outra. Partidarização
escandalosa!" Ele elogiou Favreto pela "coragem de enfrentar os
desmandos de Moro".
Para Manuela, o juiz de primeira instância atentou gravemente contra o
Estado de Direito ao se manifestar contra a libertação do ex-presidente.
"Se ainda houver lei nesse país, Lula será solto", afirmou. (Via: Folhapress)
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