O pré-candidato do PDT à
Presidência, Ciro Gomes, afirmou nesta sexta-feira que o PT "faz o país
dançar à beira do abismo" ao insistir na candidatura do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Por ter sido condenado em segunda instância pelos crimes
de corrupção e lavagem de dinheiro, o petista preenche os requisitos para ser
enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
"O PT está fazendo uma estratégia que faz o país dançar à beira do
abismo. Qual a lógica? Se o senso comum, e até que está muito fortemente dentro
do PT, é que Lula não pode ser candidato por uma lei que o próprio Lula criou,
a da Ficha Limpa, o que está em marcha no Brasil é uma fraude na escolha da
liderança do país", criticou, em entrevista à rádio BandNews.
Ciro negou que tenha buscado flertar com o eleitorado petista ao dar a
polêmica declaração de que Lula só teria “chance de sair da cadeia se a gente
assumir o poder”, no último dia 16 a uma TV do Maranhão. Justificou-se
afirmando que quis dizer o “óbvio”, de que o Brasil vive um estado de anarquia.
"Quem acompanhou esse último domingo de solta Lula, volta Lula, tira
Lula, volta Lula, cinco decisões estapafúrdias sobre a mesma norma, mesma lei,
mesmo caso, não pode duvidar de que estamos em um estado de anarquia",
disse. "É completamente surreal, e o que gera no coração do povo
brasileiro: insegurança, um sentimento de desproteção", acrescentou.
O pedista aproveitou a oportunidade para defender a Operação Lava Jato e
explicar que, mesmo que quisesse, não teria “faculdade” para soltar o
ex-presidente. Ao mesmo tempo que disse considerar a prisão do ex-presidente
“injusta”, o pedetista esclareceu que não é por isso que está “bajulando o
eleitorado petista".
Ciro já havia se justificado pela declaração polêmica da soltura de Lula
nesta quinta-feira, após a convenção do PDT no estado de São Paulo, na capital
paulista. Na ocasião, ele disse que não havia defendido a liberdade de Lula,
especificamente, mas “a regularidade do império da lei”.
"O que disse é simples: a liberdade de Lula só será restaurada com a
restauração do Estado de direito democrático, que hoje nós perdemos na esteira
de um golpe", havia dito a jornalistas. "Esses jornalões acham que
vão me intrigar porque uma parte grande do baronato que eles frenquetam é
hostil ao Lula. E eu sou antagônico ao Lula também".
Na entrevista desta sexta-feira, Ciro aproveitou para explicar um pouco de
seu conteúdo programático nas áreas política e econômica. Defendeu a realização
de um plebiscito, ou de um referendo, para a reforma da Previdência, a taxação
de lucros e dividendos, aumentar a taxa sobre heranças, além de uma reforma
política e uma redução do gasto da União com o pagamento de juros da dívida
pública.
Blog: O Povo com a Notícia
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