Na
região, 41 prefeitos apoiam a reeleição de Paulo Câmara e 11 estão com Armando
Monteiro. Quatro dizem apoiar Marília Arraes.
Quase
sempre ofuscado nos debates eleitorais pela Região Metropolitana do Recife, por
ter 17,8% do eleitorado pernambucano, o Sertão deve estar mais presente na
pauta política de 2018. Seis dos 10 municípios sertanejos mais populosos são
administrados por prefeitos da oposição ao governo Paulo Câmara (PSB) e eles
vão exercer um poder de pressão política e econômica maior nesse período. A
região é conhecida pela seca e pelo Rio São Francisco, ocupando cerca de 70% do
território pernambucano, e terá um simbolismo na disputa desse ano. Manter e
conquistar o apoio, nesse cenário, será um desafio aos pré-candidatos ao
governo.
A proximidade dos moradores com as lideranças políticas locais pode ser um contraponto à apatia dos centros urbanos, onde a conexão dos moradores com seus prefeitos, vereadores e deputados é menor. No interior, muitos eleitores assumem um lado e a popularidade ou impopularidade de um prefeito pode ajudar na eleição de um governador. O engajamento dos gestores é tão importante que oposição e governo medem forças na pré-campanha exibindo os apoios que recebem. O Diário traz um raio x de quem está com quem nesta primeira fase. Há controvérsias sobre o prefeito de Santa Maria da Boa Vista, Humberto Mendes (PTB), que não foi localizado. Duas fontes falaram que ele apoiava Armando. O deputado federal Fernando Monteiro negou. (Veja quadros abaixo)
A proximidade dos moradores com as lideranças políticas locais pode ser um contraponto à apatia dos centros urbanos, onde a conexão dos moradores com seus prefeitos, vereadores e deputados é menor. No interior, muitos eleitores assumem um lado e a popularidade ou impopularidade de um prefeito pode ajudar na eleição de um governador. O engajamento dos gestores é tão importante que oposição e governo medem forças na pré-campanha exibindo os apoios que recebem. O Diário traz um raio x de quem está com quem nesta primeira fase. Há controvérsias sobre o prefeito de Santa Maria da Boa Vista, Humberto Mendes (PTB), que não foi localizado. Duas fontes falaram que ele apoiava Armando. O deputado federal Fernando Monteiro negou. (Veja quadros abaixo)
A reportagem entrevistou seis dos 56 prefeitos da região
(10%), um deputado estadual e três federais com bases eleitorais espalhadas no
Sertão Central e de Itaparica, no Araripe, no Moxotó, no Pajeú e no São
Francisco. Os dados sobre municípios foram levantados no Tribunal Superior
Eleitoral e na Associação Municipalista de Pernambuco.
Embora alguns prefeitos mudem de lado no decorrer da disputa,
nessa etapa preliminar, dos 56 sertanejos eleitos em 2016, 41 apoiam a
reeleição do governador Paulo Câmara (PSB), 11 estão com o senador Armando
Monteiro Neto (PTB) e quatro pretendem votar em Marília Arraes (PT), que ainda
não teve a pré-candidatura confirmada pelo partido.
Os aliados do governador estão otimistas ao falar sobre os
avanços educacionais na área, numa região que por muito tempo foi marcada pelo
coronelismo, pelo voto de cabresto. Já os adversários vão centrar o discurso na
crise econômica dos municípios, nas obras que deixaram de ser feitas pelo
governo por falta de “autoridade” e iniciativa.
Na
campanha de 2014, Paulo Câmara e Fernando Bezerra Coelho foram aliados. Foto
divulgação/PSB
Pelos
números levantados e entrevistas, o Araripe é o maior centro político de
Armando Monteiro Neto. Sem apoio de prefeitos em 2014, ele venceu em oito dos
dez municípios, num momento em que Pernanbuco estava vivendo uma comoção pela
morte de Eduardo Campos. Nessa disputa, agora, ele tem o suporte de dois
prefeitos, sendo em duas cidades de densidade eleitoral (Araripina e Bodocó).
Já o Sertão do Pajeú é o principal berço do PSB na região. Dos 17 prefeitos, 13 dizem votar com Paulo, três apoiam Armando e um Marília. (Veja o quadro). A relação do Pajeú com o PSB é histórica, segundo o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco, o prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB).
Segundo o prefeito, a ligação com a legenda socialista vem desde a época do governador Miguel Arraes. Ele lembrou que, em 1982, o primeiro prefeito do MDB de Pernambuco (Geraldo Alves) foi eleito em Itapetim, em plena ditadura militar. Ainda segundo Patriota, das dez melhores escolas que disputavam o ranking na categoria Ensino Médio no índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEPE), oito delas foram do Sertão. Um avanço educacional que, para ele, beneficia Paulo Câmara.
“Aqui, no Pajeú, teve a primeira mulher presidente de sindicato, Dona Lia, dos Trabalhadores Rurais. Outro aspecto desse berço do PSB é a poesia. Aqui é um lugar onde pessoas dizem coisa de improviso, o povo tem identidade com seu território e isso influencia no comportamento do dia a dia. Mudou muito em termos de coronelismo por conta dos investimentos em educação. O resultado do Sertão em termos de educação não se compara com a Região Metropolitana”, orgulhou-se Patriota, citando o Idepe, tocado pelo governo estadual.
Já o Sertão do Pajeú é o principal berço do PSB na região. Dos 17 prefeitos, 13 dizem votar com Paulo, três apoiam Armando e um Marília. (Veja o quadro). A relação do Pajeú com o PSB é histórica, segundo o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco, o prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB).
Segundo o prefeito, a ligação com a legenda socialista vem desde a época do governador Miguel Arraes. Ele lembrou que, em 1982, o primeiro prefeito do MDB de Pernambuco (Geraldo Alves) foi eleito em Itapetim, em plena ditadura militar. Ainda segundo Patriota, das dez melhores escolas que disputavam o ranking na categoria Ensino Médio no índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEPE), oito delas foram do Sertão. Um avanço educacional que, para ele, beneficia Paulo Câmara.
“Aqui, no Pajeú, teve a primeira mulher presidente de sindicato, Dona Lia, dos Trabalhadores Rurais. Outro aspecto desse berço do PSB é a poesia. Aqui é um lugar onde pessoas dizem coisa de improviso, o povo tem identidade com seu território e isso influencia no comportamento do dia a dia. Mudou muito em termos de coronelismo por conta dos investimentos em educação. O resultado do Sertão em termos de educação não se compara com a Região Metropolitana”, orgulhou-se Patriota, citando o Idepe, tocado pelo governo estadual.
Marília
quer juntar a animação da militância, a força do nome Arraes e de Lula para se
fortalecer no Sertão. Foto/divulgação
O
contraponto no Pajeú ao PSB é o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT),
que tem feito a diferença na campanha pró-Marília e administra o maior colégio
eleitoral de lá. O petista disse que votará com Armando Monteiro caso o PT
decida, no estado, se aliar a Paulo Câmara, mas ele está confiante que Marília
será a candidata de Lula. “Na cidade grande as pessoas estão preocupadas com
outros problemas, no interior, se respira política 24 horas. Na eleição
passada, o grupo de Eduardo construiu uma frente com muita coesão, tinha
normalmente o apoio de duas ou três correntes, tinha oposição e situação
apoiando Paulo Câmara. Agora, sem Eduardo, o cenário é outro, as forças se
dividiram, é uma movimentação espontânea”, analisou.
Veja mais na matéria "Estratégia eleitoral da oposição e
do governo levam em conta a região sertaneja em Pernambuco".
Blog: O Povo com a Notícia
Via: Diário de PE