As convenções partidárias começam
nesta sexta (20) em cenário inusitado: os dois líderes na corrida presidencial,
Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), seguem sem condições políticas de fechar um
arco de alianças, enquanto nomes que não chegam a 10% nas pesquisas devem
firmar os acordos mais expressivos.
As
convenções, que reunirão filiados para oficializar as candidaturas até 5 de
agosto, devem ocorrer sem o anúncio do vice na maioria dos casos, e as
coalizões só serão conhecidas em definitivo perto do prazo final para o
registro das chapas, em 15 de agosto.
Na ponta das pesquisas, Lula e Bolsonaro têm
afastado potenciais aliados e serão aclamados candidatos mais para tentar
mostrar força do que para apresentar suas coligações e programa de governo.
O
PSL, por exemplo, lançará o capitão reformado neste domingo (22), no Rio, após
o fracasso das negociações com PR e PRP para a escolha de um vice — Magno Malta (PR) e o general Augusto Heleno (PRP) declinaram do
convite.
Com
cerca de 20% nas pesquisas, Bolsonaro tem oito segundos de tempo de TV e parece
não conseguir convencer os políticos de que é uma opção segura para esta
eleição.
Detentor
de uma estrutura partidária muito mais ampla e de 1 minuto e 35 segundos de
tempo de TV, Lula tem 30% das intenções de voto e chances de transferir boa
parte de seu espólio a outro nome caso não possa concorrer. Condenado e preso em Curitiba, porém, o
ex-presidente deixa reticentes partidos simpáticos a ele ao manter o discurso
de sua candidatura mesmo com o veto da Lei da Ficha Limpa.
A
convenção do PT, inicialmente marcada para 4 de agosto em São Paulo, vai
aclamar o ex-presidente como candidato, mas a cúpula do partido ainda tem
dúvida sobre lançar ou não um vice durante o evento, e outros partidos não
devem ser anunciados como parte da coligação.
Consultado
sobre o assunto na semana passada, Lula disse que o anúncio de um vice abriria
espaço para a especulação quanto a um plano B, hoje entre Jaques Wagner e
Fernando Haddad, mas ainda não bateu o martelo sobre o assunto. Um nome
considerado neutro, como o do ex-chanceler Celso Amorim, é opção para o posto.
Lula
autorizou o PT a negociar apoio com PSB, PR e PC do B — este com candidatura
própria, de Manuela D’Ávila —, mas sua inelegibilidade dificulta as conversas.
Quem
busca ganhar espaço na esquerda com a ausência do ex-presidente na disputa é
Ciro Gomes, que será aclamado candidato do PDT ao Planalto nesta sexta (20).
O
ex-governador do Ceará está em segundo lugar nas pesquisas — empatado
tecnicamente com Marina Silva (Rede) — quando Lula não está no páreo e duela com ele pelo apoio de PC do B e
PSB.
Ciro
também rivaliza com Geraldo Alckmin (PSDB) pelo chamado “centrão”, com DEM, PP, SD, PRB e
PR. Apesar das negociações, Ciro deve ir para a convenção de seu partido sem um
acordo concreto.
Com
até 7% nas pesquisas, Alckmin será lançado candidato em 4 de agosto e diz
contar com pelo menos quatro partidos na sua aliança: PTB, PPS, PV e PSD.
Deixou, porém, o evento para o final do prazo para tentar formalizar mais
apoio, principalmente de algum partido do “centrão”.
Marina
aparece com até 15% das intenções de voto, mas tem tido dificuldade para se
coligar a outras legendas e detém 12 segundos de TV. Assim como PT e PSDB, a
Rede fará convenção em 4 de agosto.
Já
o MDB, de Henrique Meirelles, fará sua convenção no dia 2 de agosto, e o
desafio do pré-candidato é conseguir metade dos 629 votos para ser aclamado o
nome do partido. (Via: folha de S. Paulo)
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