O
presidente eleito, Jair Bolsonaro, (PSL) prometeu um intenso combate à
corrupção durante seu governo com o juiz federal Sérgio Moro à frente do
Ministério da Justiça. “Moro vai pegar vocês, corruptos. Antes ele pescava de
varinha, agora vai ser com rede arrastão de 500 metros”, afirmou durante live
realizada em sua conta no Facebook nesta sexta-feira (09).
Ele também disse que Moro terá carta branca para trabalhar e voltou a
dizer que conversou com o juiz somente após o segundo turno das eleições 2018.
Antes disse, a única interação entre os dois havia sido meses antes em uma
conversa rápida em um aeroporto. Com isso, Bolsonaro afasta qualquer
questionamento sobre interferências no processo eleitoral e a possibilidade de
que o convite para assumir o ministério tivesse sido feito antes da hora.
Bolsonaro critica questão do Enem sobre LGBTs
Bolsonaro aproveitou para criticar o ensino da ideologia de gênero nas
escolas e o atual modelo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Neste ano, a
prova trouxe temas como feminismo, ditadura militar e gírias do universo LGBT:
“O que interessa a linguagem daquelas pessoas? Podem ter certeza que não vai
ter questão deste tipo ano que vem, apenas o que interessa ao futuro do nosso
Brasil. Queremos que a molecada aprenda algo que dê futuro. Quer ser feliz com
outro homem ou outra mulher, tudo bem, mas não fica enchendo o saco na escola”,
afirmou.
O futuro presidente também confirmou que retornará a Brasília na próxima
semana, apesar do feriado, para continuar os trabalhos da equipe de transição.
Ele prometeu que os nomes dos ministros da Educação, Saúde e Relações
Exteriores serão anunciados nos próximos dias.
Exploração da Amazônia
Na transmissão, Bolsonaro demonstrou interesse em permitir que empresas
de alguns países explorem os recursos naturais da Amazônia. Ele questionou “por
que não fazer acordo” para explorar a região “sem viés ideológico”.
Nos 40 minutos de sua fala, durante a qual por diversas vezes criticou a
gestão do meio ambiente no Brasil, Bolsonaro afirmou que o Ibama e o Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) cometem “caprichos”. O
presidente eleito ainda disse que pretende avançar com o turismo em áreas protegidas
ambientalmente para garantir que não sejam abandonadas.
“Se tivesse hotéis em áreas
protegidas, o meio ambiente estaria preservado. O turismo preservaria o meio
ambiente e não essa forma xiita do Ibama”, afirmou.
Embora demonstre interesse em explorar a Amazônia, Bolsonaro não informou
quais setores e países teriam acesso à região em seu governo. Mais uma vez,
apenas citou o mercado de nióbio, que, segundo o presidente eleito, “não será
privatizado”. Disse ainda que “parece que 40% das multas (ambientais) aos
produtores” vão para organizações não governamentais. “Não vai ter ativismo”,
acrescentou. (Via: Estadão)
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