A polícia apreendeu cerca de cinco
toneladas de explosivos, munições calibre 12 e drogas em um depósito
clandestino no bairro Jangurussu, em Fortaleza, neste sábado (12). Cinco
pessoas foram presas e um adolescente foi apreendido na operação. O grupo criminoso
é suspeito de envolvimento com os atos ocorridos na capital.
No
local, o secretário da Segurança Pública, André Costa, disse que o material
será submetido a um cromatógrafo para confirmar a natureza da carga e
identificar a relação com os artefatos utilizados nos ataques.
“Não
podemos afirmar categoricamente, mas a linha de investigação toda leva a crer
que seriam explosivos que poderiam ser utilizados em ações criminosas. Não
podemos bater o martelo porque depende do trabalho pericial”, afirmou.
Equipes
da Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) realizaram a apreensão dos
explosivos, que é uma parte de uma carga roubada no dia 21 de dezembro. O
material já vinha sendo procurado pela Polícia Civil desde o roubo.
Além
do depósito clandestino, a polícia tinha mandado de apreensão em outros seis
endereços suspeitos também no Jangurussu, inclusive em casas do bairro. Nos
locais, foram apreendidos ainda dinheiro e munições.
O
governador do Ceará, Camilo Santana (PT), elogiou o trabalho das forças de
segurança. “Foi mais um duro golpe contra o crime”, afirmou. Segundo ele, até a
tarde deste sábado, 12, 335 haviam sido capturadas por envolvimento nas ações
que tiveram início em 2 de janeiro no Ceará.
Medo toma conta o Ceará
No
total, 330 suspeitos, incluindo adolescentes, foram detidos pelos crimes que
estão ocorrendo no Estado desde o começo do ano.
A
onda de vandalismo é liderada por facções criminosas insatisfeitas com medidas
de endurecimento do sistema penitenciário local. O aumento do rigor nas prisões
é defendido pelo governador Camilo Santana (PT), que ordenou até a retirada de
tomadas elétricas nas celas, para evitar o uso de celulares.
Para
conter o vandalismo, mais policiais foram levados às ruas. Houve escolta da PM
para garantir serviços essenciais, como o transporte público e a coleta de
lixo. Na madrugada deste sábado, criminosos derrubaram uma torre de transmissão
de energia elétrica no Anel Viário em Maracanaú, na região metropolitana.
Houve relatos de oscilação de energia em municípios como Maracanaú e
Maranguape, que a Enel Distribuição Ceará nega. Na capital, uma concessionária
na Avenida Washington Soares foi atingida por um artefato explosivo.
Com a
gravidade da crise, o Estado recorreu ao ministro da Justiça e Segurança,
Sérgio Moro, que enviou mais de 400 agentes da Força Nacional. A chegada da
tropa federal, na semana passada, reduziu o número de ocorrências, mas ainda
não conseguiu acabar com elas. A rotina da quinta cidade mais populosa do País,
com 2,6 milhões de habitantes, é de medo. Comerciantes da periferia de
Fortaleza receberam ordens de fechar as portas mais cedo.
A
circulação dos ônibus da cidade foi afetada, com corte de até 30% da frota.
Estudantes e trabalhadores que têm atividades nos municípios vizinhos
precisaram se reorganizar para garantir a própria segurança.
Mas
não foram só os moradores que tiveram de se adaptar. Por ano, o Estado recebe 3
milhões de turistas, muitos de fora do País. Há visitantes que, com a viagem
planejada há tempos, decidiram manter o passeio. Mas evitam sair à noite ou
circular de ônibus e não se afastam da orla da Beira-Mar, o cartão-postal da
cidade. Com informações do Estadão Conteúdo.
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