Em transmissão ao vivo pelas
redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez uma série de propagandas
para a Caixa Econômica Federal, que é um banco estatal. Ao lado do
presidente da instituição, Pedro Guimarães, Bolsonaro recomendou que os
correntistas que utilizarem o limite do crédito especial migrem para a Caixa.
"Pessoal, vem para Caixa, pô, já que você quer entrar no cheque
especial. Se você não quiser, tudo bem, continua no seu banco aí",
disse. "Eu, graças a Deus, nunca tive [cheque especial]. Ah, o cara é
deputado federal? Não, não, não. Calma lá. Desde o meu tempo de tenente,
capitão, três filhos naquela época, filhos pequenos também, nunca entrei em
cheque especial, não. Eu acho que quem precisa, tudo bem, e todo mundo reclama
de chefe especial. Reclamam inclusive porque a taxa Selic diminui, e lá na
ponta, nada", afirmou.
Guimarães então disse espontaneamente não ter sofrido qualquer pressão de
Bolsonaro ou do ministro Paulo Guedes (Economia) para reduzir os juros do
banco. Ele prometeu que se a taxa básica de juros da economia –a Selic–
diminuir, ele dará continuidade a uma política de cortes.
No passado, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi criticada por sua
política de juros dos bancos públicos. Nesta terça (12), a Caixa anunciou
o corte pela metade a taxa de juro do cheque especial em um momento em que
Banco Central e governo vem pressionando os grandes bancos brasileiros a
repassar a queda da Selic para consumidores.
A partir de dezembro, a taxa será reduzida de 9,99% para 4,99%, segundo
comunicado divulgado pelo banco nesta terça-feira (12). Na média, segundo dados
do BC, o juro do cheque especial do banco era de 9,41% na semana encerrada em
29 de outubro.
Bolsonaro ainda fez um alerta dizendo que mesmo os juros do cheque
especial da Caixa estarem em 4,99% ao mês, menos da metade do cobrado por
instituições privadas, é um preço alto. "É por mês, em pessoal, é
salgado. A taxa Selic tá 5% ao ano", disse.
O presidente encerrou a live cantando uma antiga propaganda da Caixa e
brincando que Guimarães deveria contratá-lo. "Vem para Caixa você também,
vem", brincou.
O anúncio vem uma semana depois de o presidente do Banco Central, Roberto
Campos Neto, afirmar que lançará, em breve, um projeto para redesenhar o cheque
especial. Dentre as possibilidades, a autoridade monetária estuda a criação de
uma tarifa mensal, que seria cobrada pelos bancos dos clientes que quiserem
acesso a uma linha emergencial. Essa situação é proibida atualmente.
Segundo o Banco Central informou, porém, que discute o projeto com bancos
e não há nenhuma decisão concreta sobre como esse redesenho se dará. Os 9,99%
já eram mais baixos que a taxa média cobrada pelos bancos privados e fizeram parte
de uma primeira rodada do banco público de corte de juros cobrados de seus
clientes. A taxa média do cheque especial é de 12,4% ao mês, a mais cara do
sistema financeiro. Já a Selic está em 5% ao ano, o menor patamar a história. O
custo do cheque especial pouco se mexeu desde que a taxa básica de juros entrou
em queda. (Via: Folhapress)
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