Integrantes
da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) são alvo da Operação Flash Back deflagrada em Alagoas, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Paraná, Pernambuco, São Paulo, Tocantins e Sergipe. Mais de mil
policiais estão envolvidos na ação, que teve início na madrugada desta
quarta-feira (27), para cumprir 110 mandados de prisão. Desse total,
66 mandados de prisão devem ser cumpridos em terras alagoanas.
A operação foi deflagrada após
sete meses de investigação da Secretaria de Estado da Segurança Pública
(SSP/AL), Ministério da Justiça, Ministério Público do Estado de Alagoas, por
meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do
Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), a 17ª Vara
Criminal da Capital, Batalhão de Operações Especiais (Bope) e Secretaria de
Ressocialização e Inserção Social (Seris).
Ainda não foi divulgado um balanço de quantas prisões já
foram realizadas ou de apreensões. Maiores detalhadas da operação serão
divulgados em uma coletiva de imprensa no final da manhã desta quarta-feira no
auditório Aqualtune, no Palácio República dos Palmares, no Centro de Maceió.
Mortes barbáries caracterizam o PCC
Uma série de reportagens especiais publicada pelo OP9 em maio deste ano
revelou que em dois anos Alagoas registrou 14 morte por decapitações, sendo
considerado o estado da barbárie. Execuções sumárias de rivais ou
inocentes, sequestros, tráfico de drogas e assaltos. Esses são alguns dos
crimes bárbaros que caracterizam o PCC, segundo a polícia.
A operação originária em Alagoas parte para o combate à essa
facção criminosa, não com o propósito de apreender armas e drogas, mas de
isolar os líderes da nova estrutura, que tem como caraterística a truculência
no ‘tribunal do crime’. Mortes bárbaras pelo Brasil, inclusive no estado de
Alagoas, com maiores registros em Maceió e Região Metropolitana, como Rio
Largo.
Dados do Centro de Segurança Institucional e Inteligência do
Ministério Público de São Paulo divulgados em 2017 mostraram que Alagoas é o
segundo estado do Nordeste com o maior número de integrantes da do PCC. Na
época, eram 970 membros. De acordo com os dados, Alagoas ficava atrás apenas do
Ceará. Em terceiro lugar vem o estado do Rio Grande do Norte, com 446 membros
da facção. No total, os estados nordestinos contabilizam 3.818 filiados ao PCC.
De acordo com as investigações, o ‘tribunal do crime’, assim
como os integrantes denominam as execuções, é formado pelos que detém maior
poder ou funções privativas dentro da organização criminosa. A principal
característica desse ‘tribunal do crime’ é a frieza com a qual determinam a
forma de execução das suas vítimas. Incluindo jovens inocentes e membros da
própria facção tidos como desobedientes, quase sempre narrando para elas como
será o passo a passo da morte.
Durante as execuções, os criminosos costumam fazer contato
com o líder que deu a sentença e transmitir, por meio de vídeos, para provocar
‘prazer’ e reforçar sua autoridade, bem como ganhar prestígio dentro da facção.
Contudo, o objetivo da operação é combater o principal núcleo
do PCC, com base no Mato Grosso do Sul, de onde saem as ordens de justiçamento
para todo Brasil, sob comando de um faccionado identificado como ‘Maré alta’.
Segundo as investigações, este homem compõe a atual liderança da facção, que
substitui o fundador e líder, Marcos Willians Camacho, conhecido como ‘Marcola’
que atualmente está preso na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia. (Via: Portal OP9)
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