Para quem vê neste novo round do embate
entre Jair Bolsonaro e Lula a morte das esperanças do centro, marqueteiros
alertam: a agudização da polarização costuma embutir o aumento da rejeição dos
“polarizadores”. Uma vez fora do cárcere, Lula radicaliza o discurso que fez
germinar o “antipetismo”. De acordo com a Coluna do Estadão deste domingo,
quanto a Jair Bolsonaro, uma vez no poder, dobra a aposta em agradar os 30%
fiéis a ele (pesquisas detectam o crescimento de sua rejeição). Como ainda
faltam três longos anos até 2022, a mágica da radicalização polarizadora poderá
virar um feitiço.
Enquanto
isso, seguirá aberto o caminho do meio, à espera de uma alternativa de centro
consistente, convicta e, de preferência, única, pois nem Bolsonaro nem Lula
parecem dispostos a acenar ao desamparado eleitor moderado.
É
justamente por causa da baixa possibilidade de união do centro e da dificuldade
de seus líderes de encontrar um discurso e defendê-lo com firmeza que petistas
e bolsonaristas dobram suas fichas radicais rumo a 2022.
No
curto prazo, parlamentares fora da polarização temem que a sonhada
reorganização dos partidos afastados dos extremos possa ir por água abaixo com
a saída de Lula da prisão e o consequente aumento da tensão eleitoral. O temor
desses parlamentares é de uma migração de partidos rumo aos polos do extremismo
em busca de se posicionarem para as eleições municipais do ano que vem.
Blog: O Povo com a Notícia