Em 1888, a Lei Áurea aboliu
oficialmente a escravidão, mas o Império estava em crise. Por um lado
acreditava-se que os antigos escravizadores aderiram aos ideais republicanos
para destituir a família real. Mas o cenário era bem mais amplo.
Dom Pedro II estava muito doente e a sucessora seria a
princesa Isabel, que era casada com um francês, o conde D’Eu, considerado
impopular, figura que também já havia criado conflitos com os militares na
ocasião da Guerra do Paraguai.
“A participação do conde D’eu na Guerra do Paraguai é um dos
fatores de impopularidade. Ele era arrogante. Dizem que ele promoveu massacres.
Não tinha aptidão para administrar”, conta a historiadora Catia Faria.
Quem também tinha pouco prestígio entre os militares era o
visconde de Ouro Preto, chefe do gabinete do Império e conhecido pela
intransigência. Ele foi nomeado por Dom Pedro II para fazer as reformas que os
republicanos buscavam.
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Em 1870, o Brasil saiu vitorioso
da Guerra do Paraguai e os militares não tinham recebido do imperador o
reconhecimento que esperavam.
O Brasil estava em crise econômica por causa de dívidas
motivadas, principalmente, pela guerra. O sistema de governo da Monarquia era
considerado atrasado.
“Os ideais republicanos chegam ao Brasil a partir da França,
da ideologia do positivismo. Basicamente é uma burocracia estatal calcada na
competência”, explica a professora de História do Direito Brasileiro, Maria
Cristina Vieira.
Para alguns historiadores, a primeira república brasileira
não foi proclamada, mas sim aclamada pela pouca resistência que encontrou por
parte da Monarquia. Uma das imagens que retrata a cena é a tela Proclamação da
República, de Benedito Calixto. Quem morava nas intermediações do Campo de
Santana e do Palácio Duque de Caxias era um dos comandantes da Guerra do
Paraguai, o marechal Deodoro da Fonseca.
“Sem Deodoro, não teria república”, conclui o historiador do
Centro de Estudos e Pesquisas do Exército, coronel Antônio Ferreira.
No dia 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro saiu de sua
casa no centro do Rio, próximo à Central do Brasil, para proclamar a República
acompanhado por uma tropa de cerca de mil militares.
A república brasileira deu prazo para que a família real
deixasse o país. Depois da expulsão, Dom Pedro II escreveu “Resolvo, cedendo ao
Império das circunstâncias, partir com toda a minha família amanhã, deixando
esta pátria de nós estremecida. Conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança,
fazendo ardentes votos por sua grandeza e prosperidade.”
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Blog: O Povo com a Notícia
Via: TV Brasil