O médico infectologista Robson Reis classificou o momento da pandemia do novo coronavírus no Brasil como um "reflexo" de festas e ausência do respeito às medidas de segurança.
Estamos em momento crítico, reflexo de todo período e da maneira como a pandemia foi conduzida. Resquício de um processo eleitoral bem tumultuado, onde as pessoas não respeitaram o distanciamento social, seja na campanha ou nas comemorações. Tivemos festas de final de ano, quando os centros de compras estiveram cheios, réveillon, que muitas pessoas não respeitaram e fizeram festa, coisa que aconteceu também no carnaval”, explicou o infectologista.
O médico classificou o momento da Bahia como “assutador”. Ele atribui o aumento no número de casos e de mortes às pessoas que não entenderam a gravidade da doença ou que negaram a gravidade do vírus.
O médico destaca que há uma superlotação nos leitos de UTI nos hospitais privados, e exemplifica que isso se dá pelo tempo que o paciente passa em uma UTI Covid-19. Ele exemplifica que o paciente com infarto pode ficar de três a quatro dias na UTI, se for um paciente com infecção, a média é sete dias; com Covid-19, o paciente fica em média 20 dias, permitindo no máximo dois pacientes por mês.
“O distanciamento físico, uso de máscara, ajuda mas não resolve o problema, o que vai colocar fim na pandemia é a vacinação de forma rápida, ampla. Vacinar no mínimo 70% para criarmos uma imunidade de rebanho”, destacou Robson.
Questionado, o profissional da saúde afirmou que não prescreveria Hidroxicloroquina, Ivermectina e Anita.
“Eu não orientaria. Medicina não é na base do achismo, medicina é baseada em evidência científica sólida, robusta. Nos EUA e em qualquer país da Europa ninguém vai prescrever cloroquina, ivermectina e anita. No início era aceitável, quando os trabalhos estavam sendo iniciados. Hoje as revistas especializadas divulgaram estudos que não mostraram benefícios, nem para prevenir e nem para tratar”, destacou Robson Reis.
O especialista classificou o lockdown como uma medida paliativa e que sua aplicação em países da Europa não mostraram uma eficácia muito grande. O médico afirmou que, em sua opinião, não faz sentido fechar praias. Ele sinaliza que o uso de toda faixa de areia é uma das táticas para evitar aglomerações nas praias. O especialista também não indica viagens, pelo risco de contaminações em aeroportos.
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