O ex-governador Joaquim Francisco, falecido na tarde de hoje, aos 73 anos, foi conhecido por sua conduta ilibada e por ser um político ético e justo durante toda sua vida pública. Ele começou cedo na vida pública. Em 1967, entrou pela primeira vez no Palácio do Campo das Princesas, sede do executivo estadual, como oficial de gabinete de Nilo Coelho, então governador de Pernambuco.
Três anos depois, ele se formou em direito pela Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE). Como advogado, atuou no Instituto Nacional de Colonização e
reforma Agrária (Incra) e na Junta Comercial do estado, onde foi procurador.
Durante a ditadura militar (1964-1985), Joaquim se filiou à Arena, partido
que dava sustentação ao regime. Em 1975, se tornou secretário estadual de Ação
Social, no governo de Moura Cavalcanti, que era seu primo.
Na primeira eleição para governador, após o golpe militar, em 1982,
coordenou a campanha de Roberto Magalhães (PDS) ao principal cargo do Executivo
pernambucano.
Com a vitória de Magalhães, Joaquim foi escolhido para ser prefeito do
Recife. Na época, os chefes de executivo dos municípios eram indicados pelos
governadores e não eleitos pela população.
Como prefeito da capital, apoiou a eleição indireta de Tancredo Neves
(MDB) para a presidência da República, no Congresso Nacional.
Um dos marcos da gestão à frente do Recife foi o Viaduto Tancredo Neves,
que liga as Zonas Sul e Oeste da cidade. Também foi na gestão de Joaquim que o
Parque da Jaqueira, na Zona Norte, foi construído.
Na eleição para a Constituinte de 1986, Joaquim Francisco se elegeu
deputado federal pelo PFL. Presidiu a comissão que aprovou a Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF), que impõe limites aos gastos dos governantes.
Quando José Sarney assumiu a presidência da República, com a morte de
Tancredo Neves, Joaquim se tornou ministro do Interior. Três meses depois, teve
divergências com a cúpula e deixou o cargo, fazendo muitas críticas.
Em 1988, na primeira eleição para prefeito desde a ditadura militar,
Joaquim se candidatou no Recife. Ganhou o pleito de Marcus Cunha (PMDB), que
era apoiado pelo então governador Miguel Arraes e o então prefeito da cidade,
Jarbas Vasconcelos.
Ele renunciou ao cargo e, em 1990, se candidatou ao governo de Pernambuco.
No pleito estadual, venceu Jarbas Vasconcelos. Em 2015, Francisco se filiou ao
PSDB e chegou a ser cotado para concorrer à Prefeitura do Recife em 2020,
mas o projeto não decolou. Em agosto do mesmo ano ele entregou sua carta de
desfiliação da legenda e não estava filiado a nenhum partido quando
faleceu. (Via: G1 PE)
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