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segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Tráfico fornece armas, munições e explosivos a quadrilhas do 'Novo Cangaço' como a que atacou Araçatuba, dizem especialistas

Traficantes internacionais e nacionais de armas e explosivos são responsáveis por fornecer fuzis, cartuchos e dinamites a quadrilhas de criminosos chamadas de "Novo Cangaço", como a que atacou três bancos na madrugada desta segunda-feira (30) em Araçatuba, no interior de São Paulo.

G1 e o Jornal Hoje conversaram com especialistas em segurança pública que explicaram como o armamento, as munições e as bombas chegam até os bandidos. Foram ouvidos membros do Instituto Sou da Paz, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública policiais civis militares, que não quiseram se identificar.

Levantamento feito pelo G1 mostra que desde abril deste ano já ocorreram mais de dez ataques em cidades diferentes de quatro estados: São Paulo (SP), Paraná (PR), Bahia (BA) e Minas Gerais (MG). Os alvos foram ao menos 14 agências bancárias e uma financeira.

O último ataque foi em Araçatuba. Cerca de 20 criminosos fortemente armados atacaram três agências bancárias no Centro da cidade. Pelo menos três pessoas morreram, segundo a Polícia Civil, sendo dois moradores e um criminoso. Três suspeitos foram presos. Ainda não há informações se algum dinheiro foi roubado pela quadrilha. Vídeos gravados por moradores e câmeras de segurança mostram o ataque e o pânico na cidade

Segundo os especialistas em segurança pública, o caminho do armamento usado por essas quadrilhas passa pelo:

Contrabando internacional de armas - as armas saem dos Estados Unidos e, geralmente, são exportadas legalmente até o Paraguai. Depois, são trazidas ilegalmente ao Brasil;

Desvios irregulares de munições das forças de segurança - as munições podem fazer o mesmo caminho das armas ilegais, mas também podem ser desviadas das forças de segurança e fornecidas por atiradores no Brasil que têm autorização para produzi-las;

Desvios de explosivos de pedreiras - os explosivos são desviados de empresas de construção no Brasil. Depois chegam até os bandidos.

"Na ação do 'Novo Cangaço', o que se vê são armas e munições desviados da polícia, explosivos desviados de pedreiras e da construção civil", disse ao G1 o advogado Bruno Langeani, gerente de projetos do Instituto Sou da Paz. (Clique aqui e leia a matéria na íntegra do G1 SP)

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