A operação que cumpriu 18 mandados de prisão, nesta quinta-feira (12), tem relação com o desvio de 326 armas que estavam armazenadas no depósito da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil de Pernambuco, no Recife. Estão entre os presos quatro policiais civis e um militar.
Segundo a corporação, esses armamentos foram comercializados
no mercado ilegal por uma organização criminosa da qual eles faziam parte.
Entre os policiais civis estão três comissários da Core e outro de uma unidade
administrativa da corporação.
Os detalhes sobre a Operação Reverso foram divulgados na
tarde desta quinta, horas depois das prisões.
Integrantes da cúpula da Polícia Civil de Pernambuco
participaram de coletiva para explicar como a quadrilha atuava e como as armas
foram parar no mercado ilegal.
Segundo a polícia, espingardas, revólveres, pistolas e
submetralhadoras levadas do depósito da Core eram “oferecidas” no mercado e quem
colocasse o melhor preço ficava com elas. A polícia não quis falar em valores
estimados para a venda desse equipamento no mercado paralelo.
Na Polícia Civil, a Core é responsável por dar apoio
operacional a delegacias, proteger autoridades ameaçadas e oferecer treinamento
a policiais para o uso de armas. Outra função é a guarda de armamento usado
pelos policiais ou apreendido com criminosos.
A Operação Reverso começou as investigações em janeiro de
2021, logo após o “sumiço” das armas. Ela também cumpriu 22 mandados de busca e
apreensão, sendo um deles no Pará.
Ainda de acordo com o G1 PE, a ação investigou crimes de peculato (desvio de dinheiro
público), corrupção e comércio ilegal de arma de fogo, além de formação de
organização criminosa. Os mandados são cumpridos pela 18ª Vara Criminal da
Capital. A Justiça também determinou o bloqueio de bens das pessoas envolvidas
no esquema criminoso.
“O gestor da Core passou a inventariar todos os bens e foi
constatado o desaparecimento de algumas armas de fogo. Determinamos a
interdição da armaria, o afastamento especial dos policiais que ali estavam”,
afirmou o delegado Nehemias Falcão, chefe da Polícia Civil.
Na operação desta quinta, um PM foi autuado em flagrante por
porte ilegal de arma. Pagou fiança e acabou sendo liberado.
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