Um grupo de mais de 20 pessoas são investigadas por suspeita de formação de um cartel no setor de comércio de órteses, próteses e materiais especiais utilizados em cirurgias ortopédicas. A "Operação Escoliose" foi deflagrada nesta quarta-feira (26) pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
De acordo com o MP, os suspeitos são investigados pela suposta participação em um esquema para acelerar a realização de cirurgias ortopédicas de emergências através da justiça e também por superfaturamento de materiais usados.
Duas advogadas e um médico ortopedista são suspeitos de participarem do esquema junto com sócios e funcionários de empresas de fornecimento do material cirúrgico.
A "Operação Escoliose" cumpriu 24 mandados de busca e apreensão nas cidades de Natal, Recife, Camaragibe (PE), João Pessoa e Campina Grande (PB). As investigações foram iniciadas em 2019.
o grupo criava demandas judiciais com o direcionamento de cirurgias emergenciais de escoliose. Na judicialização, segundo o MP, o grupo obtinha vantagem econômica fraudulenta através do superfaturamento no fornecimento de órteses, próteses e materiais especiais para realização de procedimentos cirúrgicos em prejuízo da administração pública.
No período investigado, as duas advogadas investigadas ingressaram com pelo menos 46 processos judiciais, que totalizaram um valor de R$ 7.443.282,53 pagos pelo Estado do Rio Grande do Norte para custeio das cirurgias ortopédicas.
Desses 46 processos, 42 cirurgias foram realizadas pela clínica de propriedade do médico investigado. Essa clínica era utilizada para a realização de reuniões do médico e advogadas com os pacientes.
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