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sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Comandante-geral PM preso por participação nos atos antidemocráticos divulgou áudio chamando Moraes de 'vagabundo'

O comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Klepter Rosa Gonçalves, divulgou um áudio onde chama o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de "vagabundo" e defendia golpe militar. A troca de mensagem, com o então chefe da corporação Fábio Augusto Vieira, consta na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O policial foi preso em uma operação da Polícia Federal que investiga a atuação da cúpula da Polícia Militar do DF durante os ataques do dia 8 de janeiro. No áudio ele também aponta Moraes como "advogado de facção", que a eleição estaria "armada" e que “as Forças Armadas saberiam disso". A ideia, segundo a denúncia, era fomentar teorias conspiratórias e antidemocráticas.

“Na hora que der o resultado das eleições que o Lula ganhou, vai ser colocado em prática o art. 142, viu? Vai ser restabelecida a ordem, se afasta Xandão, se afasta esses vagabundo tudinho e ladrão, safado, dessa quadrilha… Aí vocês vão ver o que é pôr ordem no país. Não admito que o Brasil vai deixar um vagabundo, marginal, criminoso e bandido, como o Lula, voltar ao poder”, diz a mensagem compartilhada.

O áudio prossegue com uma afirmação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro e o Exército Brasileiro teriam preparado um golpe de Estado, que demandaria, como primeiro passo, um levante popular.
"Rapaz, vocês têm que entender o seguinte: o Bolsonaro, ele está preparado com o Exército, com as Forças Especi… As Forças Armadas, aí, para fazer a mesma coisa que aconteceu em 64. O povo vai pras ruas, que ninguém vai aceitar o Lula ser... Ganhar a Presidência, porque não tem sentido, o povo vai pedir a intervenção e, aí, meu amigo, eles vão nos livrar do comunismo novamente", diz a voz não identificada no áudio.

A PGR identificou ainda que a PM do DF acompanhava as movimentações no acampamento golpista montado nos arredores do Quartel General do Exército, em Brasília. Segundo os procuradores, há indícios de que a cúpula da PM infiltrou agentes de inteligência entre esses manifestantes para obter informações e que tinha plena consciência da magnitude e da gravidade dos atos que estavam sendo planejado para 8 de janeiro.

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