O policial militar Jáleson de Santana Freitas, foragido após espancar e matar a tiros a companheira, em Carpina, na Zona da Mata de Pernambuco, foi condenado, em 2022, a quatro anos de prisão. A condenação do PM de 37 anos foi pelo assassinato de um homem durante uma abordagem policial nas festas juninas de Santa Maria do Cambucá, no Agreste do estado.
Segundo os autos do processo, a vítima foi José Ranilson de Lima, que tinha transtornos mentais e morreu ao sofrer um traumatismo craniano após ter sido empurrado por Jáleson. Apesar da condenação, o PM não cumpriu a pena, pois o processo foi julgado dez anos após o ocorrido, sendo extinta a punibilidade.
O crime aconteceu em 19 de junho de 2011, durante as festas de São João no Pátio de Eventos de Santa Maria do Cambucá. Jáleson trabalhava com outros policiais na segurança do local. Nos autos do processo, consta que:
Segundo as testemunhas de acusação, o PM José Marcelo Aguiar de Araújo deu tapas e empurrou a vítima. Depois, Jáleson deu outro empurrão no homem, o derrubando no chão;
José Ranilson ficou inconsciente após a queda e foi levado pelos próprios policiais para uma policlínica. Ele ficou internado com traumatismo cranioencefálico e morreu seis dias depois;
A sentença foi proferida em abril do ano passado, pela juíza de direito da comarca do município, Carla de Moraes Rego Mandetta.
José Marcelo Aguiar de Araújo foi absolvido pela juíza, que considerou que ele "não participou do ato delituoso", e Jáleson foi considerado culpado.
Ainda segundo o documento, o policial militar passou por um processo administrativo, mas foi absolvido pela PM. O g1 procurou a Polícia Militar para saber outras informações sobre o inquérito, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem, e tenta contato com a defesa de Jáleson de Santana Freitas.
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Investigado por feminicídio
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) expediu um mandado de prisão contra Jáleson, que é suspeito de ter espancado e matado a tiros a companheira, Simeia da Silva Nunes, de 33 anos. O PM é investigado por feminicídio, quando uma mulher é morta pela condição de gênero, e por tentativa de homicídio.
No documento, a Justiça determina que o policial militar seja recolhido ao Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed). O mandado é de prisão temporária, considerando "potencial prejuízo para a conclusão do procedimento inquisitorial" e "perigo para a sociedade".
A agressão aconteceu dentro de um bar no sábado (29) e foi filmada pelas câmeras de segurança do local. Nas imagens, é possível ver o momento em que Simeia é agredida com tapas, puxada pelos cabelos e chutada duas vezes no rosto. (Via: Conteúdo G1 PE) - (Matérias relacionadas, clique aqui).