Um dia depois de o nome do ex-prefeito do Recife Geraldo Júlio voltar as manchetes, o líder da oposição na Câmara do Recife, o vereador Alcides Cardoso (PSDB) disse, nesta terça-feira (23), que a maior parte dos 14 mil equipamentos musicais comprados sem licitação, no valor de R$ 10,8 milhões, na última semana da gestão do ex-prefeito Geraldo Julio (PSB) segue sem ser utilizada após três anos da aquisição.
"A compra é alvo de inquérito civil do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) sob suspeita da ocorrência de improbidade administrativa. De acordo com dados da própria Prefeitura em resposta a um pedido de informação, nem a distribuição dos equipamentos nas escolas fez o cenário de desuso mudar, significando um prejuízo aos cofres do município, segundo Alcides Cardoso, de R$ 5,9 milhões", afirmou.
Na resposta ao pedido de informação ao Blog do Jamildo, a gestão do prefeito João Campos (PSB) informou que 3.268 equipamentos estão estocados nas unidades de ensino, não sendo utilizados pelos alunos.
Ainda segundo esses dados, somados aos 4.552 instrumentos musicais e estantes de partitura que permanecem encaixotados em um galpão na Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, são 7.820 equipamentos sem uso, o que representa 56% do total de equipamentos comprados pela Prefeitura.
“As informações da própria gestão do prefeito João Campos escancaram que a compra feita no apagar das luzes da gestão do seu antecessor, a quem trata como amigo-irmão, o ex-prefeito Geraldo Julio, foi superdimensionada, já que mesmo após o início tardio da distribuição dos equipamentos musicais nas escolas, boa parte dos instrumentos musicais e estantes de partitura só mudou de endereço de estoque, seguindo empilhados e em desuso nas unidades de ensino".
"Afinal, não havia a necessidade de comprar essa quantidade absurda de equipamentos musicais porque a rede de ensino municipal não tem condições de utilizá-los na sua plenitude, seja pelo número de professores de música insuficiente ou de bandas escolares. Infelizmente, em três anos o prefeito João Campos não resolveu a questão”, disse Alcides Cardoso.
"No inquérito civil aberto pelo MPPE, a compra dos sete mil instrumentos musicais e sete mil estantes de partitura é investigada por notícias de irregularidades pela ausência de licitação, da falta de “razoabilidade do quantitativo de instrumentos musicais profissionais comprados” e “devida publicidade”. Em novembro de 2023 o prazo do inquérito foi prorrogado por mais um ano", aponta.
Segundo a equipe de auditoria da Corte de Contas, a contratação do item trombone de marcha foi feita “por preço superior ao acordado com o fornecedor e previsto na ata de registro de preços, com potencial dano ao erário”.
O vereador Alcides Cardoso diz que vai acionar o Ministério Público de Contas (MPCO) e o MPPE apontando a comprovação do superdimensionamento. “Estamos falando de quase seis milhões de reais em equipamentos parados. Dinheiro do cidadão recifense, que sua muito para pagar seus impostos”, diz o líder da oposição.
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