Durante o evento desta sexta-feira (19) com a assinatura do Termo de Compromisso para implementação da Escola de Sargentos em Pernambuco, o foco dos discursos foi rebater as críticas de ambientalistas sobre o uso de uma área de proteção ambiental para construção da ESA.
Ao manter o aceno aos militares que tem feito ao longo da viagem desta semana pelo Nordeste, o presidente Lula (PT) chegou a relatar em seu discurso que todos deviam agradecer ao Exército pela manutenção da vegetação do local até o momento.
A governadora Raquel Lyra (PSDB) também direcionou sua fala para pauta ambiental ao deixar claro que o tópico é prioridade durante o processo de implementação da Escola de Sargentos de Armas (ESA).
Em um evento marcado por lideranças políticas, a assinatura do Termo de Compromisso para implementação da Escola de Sargentos teve presente não apenas Lula, Raquel Lyra e o ministro da Defesa, José Múcio, como também o ex-governador de Pernambuco e presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara. Pernambucanos da base aliada de Lula também estavam presentes.
Durante a cerimônia, a primeira liderança a discursar foi o ministro Múcio, que sem focar explicitamente na pauta ambiental, indicou que a cerimônia de assinatura da Escola de Sargentos era "um evento histórico para o Estado de Pernambuco".
Ao ressaltar que o empreendimento seria de quase R$ 2 bilhões, Múcio declarou que a Escola de Sargentos de Pernambuco "marcará a região como importante polo de formação de recursos humanos para o Exército Brasileiro" e indicando que a ESA teria um "profundo alcance social na nossa região" que a garantia de novas obras nos espaços próximos ao empreendimento.
"Somente a folha de pagamento dos militares injetará R$ 200 milhões por ano na economia", indicou José Múcio como uma das vantagens da Escola de Sargentos no estado.
LULA E RAQUEL LYRA FOCARAM EM REBATER CRÍTICAS DE AMBIENTALISTAS AO DESMATAMENTO DA ÁREA
Enquanto Múcio não citou diretamente as pautas ambientais, a curta fala de Raquel Lyra foi majoritariamente sobre esse tópico.
A governadora de Pernambuco fez questão de ressaltar que trabalha para que a instalação do projeto seja o menos crítica possível para área de proteção ambiental. Ela chegou a chamar de "ruídos" os momentos de conflito sobre as negociações vinculadas com a área de proteção.
Raquel até citou indiretamente o caso apresentado pelo Blog de Jamildo, de que havia a possibilidade do Exército mudar de estado para Escola de Sargentos, mas a governadora ressalta que não teve dúvida nenhuma de a ESA continuaria em Pernambuco após reuniões com o Alto Comando do Exército.
"SE NÃO FOSSE O EXÉRCITO NESSA ÁREA, AINDA HAVERIA ALGUMA ÁRVORE AQUI?", DIZ LULA
Em uma mistura da fala de Múcio com a de Raquel, Lula ressaltou as vantagens trazidas pela vinda da Escola de Sargentos para Pernambuco, ao mesmo tempo que focou em rebater críticas sobre a questão ambiental.
Além de citar que apenas a construção da Escola de Sargentos trará 11 mil empregos diretos para Pernambuco, Lula defendeu empreendimentos como a ESA ao citar que já ficou para trás "o tempo em que se acreditava que o estado deveria ser um imenso canavial".
Ao falar sobre isso, Lula citou indiretamente o entendimento de uma pesquisa de que anteriormente a área onde ficará a Escola de Sargento era marcada por plantações de cana-de-açúcar e que a presença dos militares no local desde a Segunda Guerra Mundial garantiu tempo para que uma vegetação própria fosse desenvolvida sem interferência humana.
Essa noção foi reforçada por Luiz Inácio que relatou: "Se não fosse o Exército nessa área, ainda haveria alguma árvore aqui? Temos que agradecer o que vocês [em referência aos militares] fizeram".
Para amenizar a declaração mais dura, Lula falou que será foco do projeto garantir que sejam desmatadas o menor número possível de áreas e assegurar que mais árvores sejam plantadas no local. (Via: Blog do Jamildo)
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