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quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Saiba quem é o conselheiro do TCM citado em delação sobre Marielle Franco

Em sua delação, o ex-policial militar (PM) Ronie Lessa afirmou que o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE) Domingos Brazão tem algum envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).

Além do suposto envolvimento na morte da vereadora, Brazão tem em seu currículo uma série de suspeitas de irregularidades, como receber o pagamento de propina, aumentar o patrimônio com movimentações em dinheiro vivo e trocar constantemente de telefone para despistar as investigações.

Antes assumir a cadeira no Conselho do TCE, Brazão tem uma passagem na política. Até 2015, quando ele assumiu o cargo no Tribunal, ele soma cinco mandatos como deputado. Em 217, ele foi alvo da operação Quinto do Ouro, da Polícia Federal (PF), que investigava o pagamento de propina a conselheiros da corte.

Durante a operação, o principal delator foi o ex-presidente do TCE, Jonas Lopes Junior. O então conselheiro revelou que Brazão comandou dois esquemas de corrupção no Tribunal, um deles tinha relação com a aprovação de um contrato de R$ 21 milhões no Detran e o outro com empresas da área ambiental.

Segundo o delator, Brazão recebia e dividia o dinheiro em mãos. Em dois anos de operação de esquema, ele movimentou R$ 14 milhões em suas contas bancárias e viu seu patrimônio sair de R$ 13,7 milhões para R$ 18,8 milhões.

Além disso, quebras de sigilo fiscal mostraram que Brazão havia declarado ao fisco ter guardados R$ 360 mil em dinheiro vivo. Porém, um livro de contabilidade com anotações sobre gastos em espécie foi encontrado em sua residência. Nele, o conselheiro registrou movimentações em R$ 1,5 milhão apenas em dinheiro.

Na ocasião, Brazão respondeu por corrupção e organização criminosa. Ele foi afastado do cargo e preso, mas acabou solto e voltou ao cargo por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Kassio Nunes Marques.

Já na delação de Lessa sobre o caso Marielle Franco, Brazão é apontado como suspeito de ter sido mandate do crime desde 2019. Ele chegou a ser denunciado pela ex-procuradora-geral Raquel Dodge por tentar impedir o avanço da investigação. A prática mais comum é a de plantar depoimentos falsos de policiais para tirar os verdadeiros mandantes do caminho da Polícia Civil.

O episódio que aponta para o envolvimento de Brazão no caso foi identificado em um áudio do miliciano Jorge Alberto Moreth, conhecido como “Beto Bomba”, em que dizia que o Conselheiro do TCE “encomendou” a morte de Marielle, por R$ 500 mil. A fala foi interceptada em uma conversa entre o miliciano e o vereador Marcello Siciliano (PHS).

Segundo as investigações, Brazão pretendia usar a morte da vereadora para retaliar o então deputado Marcelo Freixo (PSOL), que empregou Marielle em seu gabinete e era próximo da parlamentar.

Atualmente na presidência da Embratur, Freixo atingiu Brazão em duas ocasiões. A primeira ocorreu em 2008 durante a CPI das Milícias, quando citou o hoje conselheiro como um dos políticos “liberados” para fazer campanha em área dominada pelos grupos de criminosos.

A segunda foi em 2014, na Operação Cadeia Velha, com denúncias levadas ao Ministério Público Federal, que levaram a uma nova prisão de Brazão. A ação policial investigava o pagamento de propinas a políticos do Rio. No entanto, a denúncia foi rejeitada em março do ano passado pela Justiça Estadual do Rio de Janeiro.

Com a delação de Ronie Lessa, condenado pela execução da ex-vereadora, Brazão voltou a ter o seu nome na mira da justiça.

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