Os dois homens que executaram Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, fugiram em um ônibus após abandonarem as armas e o carro usados no crime, segundo fotos levantadas pela força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
As imagens foram feitas a partir de câmeras de segurança do veículo (veja abaixo). No entanto, os atiradores ainda não foram identificados. O carro usado pelo grupo criminoso — um Volkswagen Gol preto — foi localizado pela Polícia Militar, bem como as armas utilizadas na execução — três fuzis e uma pistola.
Segundo o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, pelo menos cinco pessoas estão envolvidas na execução de Gritzbach, direta e indiretamente. O único suspeito identificado até o momento é Kauê do Amaral Coelho, que teria avisado aos assassinos do delator do PCC, o momento em que ele se encontrava no saguão do aeroporto.
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O Gol preto foi filmado por câmeras de monitoramento antes do crime. O carro dá ao menos três voltas no acesso à plataforma de desembarque que seria usada por Gritzbach. Após o alerta do olheiro, o carro se deslocou para a frente de um ônibus da Guarda Civil Municipal, de onde a dupla de matadores desembarcou.
Plano do PCC
O PCC arquitetou o plano que resultou na execução de Antonio Vinícius Gritzbach, ocorrida no último dia 8, logo após ter desembarcado de um voo do Nordeste. Embora exista a suspeita da ligação de policiais no crime, Guilherme Derrite afirmou que não há dúvidas de que a facção “está envolvida na morte de Gritzbach”.
A vítima do atentado era jurada de morte por integrantes da maior organização criminosa do Brasil, segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP). Em delação premiada, ele detalhou como a facção lavava dinheiro, além de relatar extorsões sofridas por policiais civis. O motivo para ter sua cabeça a prêmio, no entanto, seria o envolvimento de Gritzbach no assassinato de duas figuras da facção em dezembro de 2021: o chefão Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, e seu motorista, Antônio Corona Neto, o Sem Sangue.
Cara Preta foi morto após passar a acusar Gritzbach de desviar parte de um investimento milionário da facção em criptomoedas. Depois disso, o corretor de imóveis teria sido ameaçado de morte por um dos líderes do PCC, Silvio Luiz Ferreira, conhecido como “Cebola”.
Olheiro identificado
Um dos principais elos entre o PCC e o assassinato de Gritzbach foi traçado após a identificação de Kauê do Amaral Coelho. Ele foi o olheiro que, com uma espécie de alarme, avisou os assassinos sobre o desembarque de Gritzbach no aeroporto, ao lado da namorada e de sua escolta, no saguão do Terminal 2 de Guarulhos.
Câmeras de monitoramento ajudaram a polícia a ter essa certeza. Um mandado de prisão foi expedido contra Kauê na sexta-feira (15/11), mas só foi confirmado pela SSP na última terça-feira.
Além de divulgar o nome e foto de Kauê, a pasta ofereceu uma recompensa de R$ 50 mil para quem der informações que ajudem a localizar e prender o olheiro.
Policiais civis e militares também são investigados pelo suposto envolvimento no crime. Todos foram afastados das ruas e seguem trabalhando em setores administrativos. Até o momento, nenhum envolvido no crime foi preso. (Via: Metrópoles)
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