Diego Dias Duarte, agente baiano da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi preso no último dia 7 de novembro, em Natal (RN) em uma operação da Polícia Federal que investiga o envolvimento dele, de outro colega de farda e de três policiais militares com tráfico de drogas. De acordo com as investigações, Diego era responsável por transportar cocaína para o Comando Vermelho, cobrando até R$ 2 mil por quilo.
Em seu perfil no Instagram, que está privado, Diego se apresenta como Engenheiro Químico formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Servidor Público Federal.
Apesar de ser natural de Santaluz, na região sisaleira da Bahia, o PRF vive em Feira de Santana. Em sua residência, foram encontrados R$ 580 mil e U$$ 8.157 em espécie.
Segundo informações do site ConectadoNews, o agente já foi homenageado pelo deputado federal bolsonarista Guilherme Derrite (PL), atual secretário de Segurança Pública de São Paulo. Na ocasião, o deputado concedeu uma moção de aplauso a cinco policiais rodoviários federais, entre eles o baiano, após darem um tablet para uma criança pobre.
Operação Puritas
Segundo a Polícia Federal, Diego Dias Duarte e Raphael Angelo Alves da Nóbrega, também PRF, cobravam até R$ 2 mil por quilo de cocaína, droga que era destinada principalmente a facção criminosa no Ceará.
De acordo com as investigações, eles obedeciam aos comandos do traficante José Heliomar de Souza, vulgo Léo, apontado pela PF como mentor intelectual, coordenador e líder do Comando Vermelho em Porto Velho, Rondônia.
Além de realizar o transporte de centenas de quilos de cocaína, os policiais também eram responsáveis por utilizar informações "sensíveis" e "sigilosas" para beneficiar a facção criminosa, como saber quando e onde aconteceriam as "blitzes" e operações, além de apontar rotas alternativas.
O traficante, por sua vez, fornecia informações aos agentes da PRF sobre a atividade do tráfico de drogas na região, para que eles fizessem flagrantes contra traficantes que concorriam com o CV.
Heliomar ficava com parte dos entorpecentes que, em alguns casos, correspondia a 30% das mercadorias. De acordo com a Polícia Federal, isso fez a organização criminosa crescer rapidamente, já que o criminoso lavava o dinhiro do tráfico em um mercado uma locadora de carros e uma transportadora em Porto Velho.
Início do envolvimento
As primeiras conversas entre os PRFs e o traficante tiveram início em dezembro de 2021, quando aconteceu a primeira negociação. Na época, Diego e Raphael Angelo consideram “baixo” o valor de R$ 35 mil para transportar 70 quilos de cocaína. Para eles, o mínimo teria que ser R$ 1,5 mil por quilo da droga, ou seja, R$ 105 mil.
Os agentes até alugavam carros para transportar os entorpecentes. Ambos realizavam consultas em sistemas informatizados da PRF para que outros membros da quadrilha evitassem fiscalizações nas rodovias. De acordo com as investigações, o baiano alugou veículos em 16 situações em dois anos, tendo emprestado o carro locado para Heliomar.
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